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As Gorduras dos Outros

29-07-2011 19:26

 Não estas linhas que escrevo nada têm a ver com programas televisivos, nem preocupações com dietas, nem tão pouco com teores elevados de colesterol.

Em relação aos primeiros, é um género que não aprecio,(misérias já me bastam as minhas), no que respeita a dietas, sou da opinião de desde que haja moderação no que comemos, e algum exercício físico as mesmas não são necessárias, já o colesterol é facilmente controlável com uma dose diária de sinvastatina.

Já para a hipocrisia e demagogia dos políticos, as soluções são bem mais complicadas, os cavalheiros que detêm agora o destino deste pedaço de terra, eleitos democraticamente por muitos de vós, chamavam ao então “estado do Pinóquio” um estado gordo e uma das primeiras medidas a aplicar seria o corte dessas obscenas gorduras.

Aquele a que muitos de vós elegeu como PM, afirmou mesmo que com ele no poder qualquer empresa pública ou organismo estatal, não teria mais de três pessoas como administradores.

Espanto geral, então não é que nas primeiras remodelações que fazem não só não cortam as gorduras como praticamente duplicam as mesmas.

Sim estou a falar na pouca-vergonha que vai na Caixa Geral de Depósitos, em que aquele que até agora era presidente passa a “chairmaim”, (não faço a mínima ideia de que merda é esta), ou seja basicamente presumo que fica a ganhar o mesmo, mas deixa de exercer funções executivas, tipo imaginem-se nos vossos trabalhos, com o mesmo ordenado, com a diferença que não têm que fazer a ponta de um corno. Porreiro não?

 Por mim podiam-me chamar “chairmaim”, ET, Belmiro de Azevedo, Pato Donald, Rato mickey, o que quisessem, eu estava-me positivamente nas tintas.

Enfim realmente há vidas muito difíceis.

Mas como se não fosse já suficiente, são nomeados mais uns tantos gajos que para além de reputadíssimos economistas e gestores com créditos confirmadíssimos na nossa praça, têm todos uma particularidade, possuem um cartãozinho de militante partidário, mas até aqui nada se lhes pode apontar, pois quem escolheu diversificou, uns são do PP e outros do PSD.

Certamente não era a estas gorduras que o “Ken de Massamá” se referia, provavelmente estava a pensar nos subsídios de natal dos camelos em geral e dos otários que votaram nele em particular. 

Estranha Calmaria

22-07-2011 18:00

Mar flat, poderia ter dado este titulo a este apontamento, para quem não está familiarizado com a expressão esta tem o significado de mar liso sem ondas, mas ao contrário da estranha calma denotada na sociedade civil, no mar essa calmaria é natural e tem como principal consequência deixar as pranchas de surf em terra.

Já o estado letárgico em que está mergulhada a sociedade civil, não tem nada de normal, esta apática sonolência com que assimilamos as medidas gravosas que no ultimo mês nos têm sido impostas, algumas nem sequer estavam previstas em memorando algum, é francamente preocupante.

Será que está toda a gente na praia distraida com a paisagem, ou começaram a tomar calmantes, outra hipótese é a pedido de alguém andarem os serviços secretos, nos intervalos das investigações ás vidas privadas dos portugueses, a colocar pózinhos nas condutas de distribuição da água?

É na realidade assustadora a passividade com que são aceites medidas, em tudo idênticas ou piores que aquelas com que éramos confrontados há uns meses atrás.

É surpreendente a quantidade de gente desde  pseudo-economistas, comentadores, fazedores de opinião que proliferam nos canais televisivos, e em regra todos com a preocupação de transmitir a ideia, de que nem vale a pena insurgirmo-nos, pois este é o nosso destino a nossa provação.

Ao que parece não será bem assim, pelos vistos os prazos de maturidade dos empréstimos e o valor dos juros podem ser alterados, tal como acabou por acontecer.

Muitas vezes fico até com a ideia que o simples facto de alguém prevêr a existência de alguma contestação (natural) nas ruas, é considerado por estas mentes opinadoras um  autêntico sacrilégio,a ideia essencial é que se nos continuarem a fornicar nós devemos colaborar alegremente, pois é para o nosso bem.

Sim talvez tenham razão, o corte de 50% do subsidio de natal, as alterações laborais,e a subida dos transportes em 15%, são só os preliminares ( muito importantes :), a grande orgia está para breve, e acreditem está a ser preparado um bacanal daqueles, de fazer corar os que se julgavam liberais. 

No que respeita á ultima medida conhecida do aumento de transportes, pela minha parte estou a equacionar a possibilidade de deixar de utilizar os mesmos, é que não me agrada a ideia de andar de metro com uma catrefada de gente na sua maioria a cheirar a suor, e que ao que parece não se importa de ser sodomizada, quando posso andar de volvo xc 90, climatizado no melhor dos confortos, (privilégios da classe média), e só ser neste caso comido por quem eu queira.

Muito do que eu defendo e entendo como aquilo que mais se pode aproximar de uma sociedade justa, assenta na base da contribuição de cada um de nós para a mesma,  isto de acordo com os rendimentos auferidos, se para além disto o pretendido é carregar ainda mais a besta, comigo não contém, a merda continua a mesma ou ainda pior, só mudaram a cor das moscas.

Em Fim de Linha

18-07-2011 10:17

 

Quantos de nós não nos questionamos ,acerca da nossa humilde e insignificante condição de seres humanos. Tais pensamentos ocorrem-nos, é certo a partir de uma determinada idade, pelo menos comigo assim foi.

Alguns estarão a pensar, o gajo está a  ficar velho por isso, esta conversa da treta.

É de facto esta ultima condição, a que nenhum de nós escapa, que tem ocupado o meu pensamento. Não que me sinta velho, mas porque na realidade os anos trazem-nos uma perspectiva diferente da vida, não obrigatóriamente mais correcta, mas certamente mais lucida.

Aquela pressa, urgência, em viver tudo no mais breve espaço de tempo, querer tudo para hoje como se não houvesse amanhã. A partir de determinada idade é secundarizado, passa para segundo plano. Começei a ver a vida e o que nos rodeia com outros olhos, não que os meus valores se tenham alterado, mas as prioridades são claramente distintas.

Todas estas questões, ganham maior relevo, se atendermos a que, a esperança média de vida tem vindo a aumentar, o que associado a uma natalidade decrépita, se traduz numa sociedade envelhecida. Efectivamente estamos a tornar-nos num país de velhos, mas o dramático desta questão é que nada nem ninguém se preparou para esta realidade. Por um lado temos a pressão em que vivemos, que não se condói, com quem não acompanha o ritmo exigido e mais grave, descarta cruelmente aqueles que em tempos, aos olhos da mesma sociedade já tiveram valor.

Infelizmente esta mensagem é transmitida consciente ou inconscientemente, aos nossos jovens diáriamente, tanto pelos média, como pelos exemplos de quem tem responsabilidades públicas, como pela inacção do cidadão comum.

Tivemos há poucos dias um exemplo claro daquilo que afirmo, a morte prematura e trágica de um jovem promissor, foi motivo de uma hesteria mediática, que para além do esmiuçar da tragédia,o mesmo em nada contribui para o enriquecimento dos jovens que se reviam no infeliz actor.

Práticamente ao mesmo tempo, faleceu com 85 anos aquele que deve ser dado como exemplo daquilo que define um empresário,(exemplo a seguir por alguns da nossa praça),que para além do império pessoal construido, contribui para a riqueza nacional e criou emprego a milhares de pessoas.

Certamente alguns de vós nem sequer, souberam da morte do senhor que já estava doente há algum tempo, mas certamente o estado de saude da actriz Sónia Brazão, não vos vai passar ao lado, os média vão disso certificar-se. Estou a falar do destaque dado ao falecimento, de alguém que para além de velho, se destacou pelos melhores motivos na sociedade portuguesa, e mesmo assim morreu práticamente sem que, a tal fosse dado qualquer relevo.

Imaginem a quantidade de velhos que morrem no nosso país, alguns no prédio ao lado do nosso, ou no andar de baixo, no mais completo anonimato, sem ninguém, haverá algo mais triste.

Perdoem-me,mas para alguns, o aumento da esperança média de vida é o agudizar de uma existência que certamente muitos dispensariam. Pelo menos nas circunstâncias actuais, de que fale vivermos mais anos, se a sociedade de que fazemos parte não nos aceita, nos ostraciza, nos remete para a penumbra.

Alterar este contexto, não depende só do estado, aliás o estado somos todos nós, depende efectivamente de todos nós, na educação dos nossos filhos, na transmissão dos valores, dos exemplos que lhes damos.

Não é dificil os jovens e adolescentes prevaricarem, e tomarem como seus, os valores com que erradamente são bombardeados diáriamente. Se existe algo que não aceito e que sempre me revoltou, é a falta de respeito e consideração, por aqueles que já deram a sua contribuição aos país e na sua maioria não obtêm o retorno que lhes seria devido,e muito pelo contrário se vêem, cada vez mais a perder a pouca dignidade que já lhes resta.

Confesso deixa-me angustiado a ideia dos filhos que abandonam os seus progenitores num hospital, para assim puderem ir de férias, e chamo-lhes progenitores, porque quem é capaz de tal crueldade, não merece chamar pai, nem mãe a ninguém.

Existem por outro lado, idosos que não têm ninguém, e aos quais a sociedade não pode nem deve voltar as costas, pois é isso que nos diferencia das outras especies e que faz de nós humanos.

A Estrela Errada

15-07-2011 23:00

 

Ontem vimos todas as dúvidas que ainda subsistiam, na forma de apurar o imposto extraordinário, esclarecidas. Da mesma forma que se confirmou,aquilo que já era práticamente uma certeza.

Na realidade tivemos a confirmação de que todas as fortunas, umas maiores que outras certamente, mas todas sem excepção constituidas em depósitos bancários, ficam isentas de contribuirem para o referido imposto.

No seguimento natural daquilo que é a sua ideologia politica, com aquele ar calmo e tranquilo de quem não faz mal a uma mosca,(certamente anda sempre com uma lata de insecticida na mala), veio o Sr.Vitor Gaspar,  justificar tal isenção com o facto de que não faria sentido, por um lado apelar á constituição de poupanças, e por outro lado, ir penalizar estas tributando-as, com o imposto extraordinário.

Básicamente por outras palavras o que ele nos pretende dizer, é que quem tem muito, pode manter os juros dos seus depósitos bancários ao abrigo de qualquer sacrificio, por outro lado quem vive dos rendimentos do seu trabalho,do vencimento mensal, e que em regra utiliza o subsidio de natal, para equilibrar o orçamento familiar, fica sujeito a mais esta arbitrariedade.

A  justificação de que, técnicamente era complicado englobar tais rendimentos em sede de IRS, em virtude dos mesmos estarem sujeitos já a um imposto liberatório, é conversa da treta, a existir essa dificuldade, bastava aumentar o referido imposto liberatório na proporção da taxa a aplicar do imposto extraordinário, e sujeitar assim esses rendimentos á contribuição para os pseudo-necessários sacrificios, a que estão a ser sujeitos os restantes contribuintes.

Tal como o seu homónimo Rei mago Gaspar, também este ministro segue uma estrela, mas ao contrário daquele que com a orientação da referida estrela encontrou o menino, este visa encontrar nas privatizações a saida para a crise. No seguimento do seu raciocinio ideológicamente ultra-liberal, afirmou ser necessário libertar o estado do peso das empresas privadas, confesso não percebi a que peso é que se referia, seria aos milhões de euros de lucros da Galp, da EDP, que além dos bolsos dos accionistas, também correm para os cofres do estado.

Vejamos por exemplo a CP-Carga, é a unica firma do grupo CP que não dá prejuizo, precisamente aquela que está na lista de privatizações, será este o peso a que se refere o ministro, porque não privatizar aquelas que dão prejuizo? Porque essas não interessam ao mundo financeiro, não trazem retorno, são na lógica ultra liberal LIXO, sem valor.

O que é um facto é que, todas as empresas que constam na lista de privatizações, á excepção da RTP (duvido que esta seja privatizada), todas dão milhares de euros de lucro e são extremamente apeteciveis, para o mundo financeiro, principalmente ao preço de saldos a que vão ser entregues.

A privatização destas empresas,  não garante, que os produtos transacionados, baixem de preço, antes pelo contrário não só as tarifas podem subir como o serviço a prestar ao cliente pode piorar. Por exemplo neste momento a entrega de correspondência pelos CTT, chega aos locais mais recônditos de Portugal, apesar do seu numero de habitantes ou quilometros a percorrer, no futuro será assim?

Outro exemplo a EDP na sua condição de distribuir energia, tem que cumprir um serviço publico, que em algumas situações a exploração de determinadas linhas, fica inexorávelmente mais cara, do que o valor obtido pelas receitas dos clientes,abastecidos pelas referidas linhas, no futuro será assim?

Existem muitas outras interrogações, para as quais não há resposta, uma coisa é certa o estado vai perder o poder decisório em sectores fundamentais para o Pais, e fá-lo não só por causa da crise mas por mera opção ideológica.

Colossal Inabilidade

14-07-2011 22:00

 

Não é a primeira, nem será certamente a ultima vez, que iremos ouvir o vosso PM, lamentar-se da herança do passado, isto ao arrepio do que afirmou, de que não faria tal coisa.

Ao fazer tais afirmações, trilha caminhos que outros que o antecederam, já pisaram.

Desta vez porém existe um pormenor que me leva a pensar que algo não bate certo, e será necessário fundamentar devidamente a afirmação do "desvio colossal", com elementos.

Não foi o memorando da Troyka o resultado da análise exaustiva das contas públicas do estado, a ajuda prevista para Portugal não foi definida com base nesse estudo, o Sr. Passos e o Sr.Portas, não puseram com o seu punho, a sua assinatura nesse documento?

Então agora vem falar de desvios, questiona não só  todo o trabalho feito pela Troyka, na elaboração desse estudo, como lança a suspeição óbvia sobre a capacidade de avalições futuras a efectuar pela Troyka do estado das contas.

Mas aquilo que realmente, considero colossal é a falta de habilidade demonstrada pelo vosso Pm para tratar este assunto, mesmo que lhe assista alguma razão (o que duvido) vir para dentro de um paiol com uma tocha acessa na mão, desculpem-me ou é incompetência ou manifesta má fé, e o que o sujeito pretende é justificar, mais algumas "maldades" que tem em mente.

Então há cerca de três dias ocorreu um tsumani de indignação por toda a europa , pelo facto de uma das agências de rating considerar LIXO a nossa economia, e agora este nabo vem dar-lhes razão, com afirmações públicas de "desvios colossais".

Seria de esperar mais responsabilidade, de quem tem nas suas mãos o destino dos Portugueses ( incluindo o meu infelizmente).

Ser Mais Troykista que a Troyka

13-07-2011 22:00

Imaginem que levam o vosso carro á oficina, pois têm dificuldades em colocá-lo a trabalhar, como seria de esperar o mecânico efectua o diagnóstico de bateria em fim de vida, e sugere a substituição da mesma.

Ora não satisfeitos, com a solução apresentada, requerem que além da substituição da bateria, seja substituido o alternador, e se possivel todo o sistema eléctrico,e se possivel até se mudava o motor.

Tratando-se de uma analogia, básicamente é isto que o governo está a fazer, não satisfeito com as condições já gravosas, inscritas no memorando da Troyka, pretende ir mais longe, bem mais longe.

E em abono da verdade, isso nunca foi escondido, antes pelo contrário sempre foi afirmado pelo actual PM, que esse seria o objectivo, e tal frontalidade só lha podemos louvar.

 Está para breve a apresentação daquilo que será o "tuning" a aplicar ao "chaso" em que os ultimos trinta anos de utilização pouco cuidada, e acima dos limites, com uma manutenção feita por mecânicos de vão de escada, transformaram a minha pátria.

Tal como o "tuning" prática em regra ilegal, também as alterações laborais a apresentar em breve, só não serão ilegais,porque irão ser suportadas por decreto. Não deixam no entanto de ser  imorais, hipócritas, e a sua genese consiste numa falácia.

A legislação laboral existente, além de recente,é adequada e já permite a adaptação da força laboral, aos periodos em que a mesma seja mais necessária, com a flexibilidade dos turnos e horários (gravosas para trabalhadores),adequando os mesmos ás necessidades das empresas.

Ponto fundamental, ao que parece é que deve existir uma maior facilidade nos despedimentos, para assim criar mais emprego? Confesso tenho perdido algum tempo a pensar nisto, e não consigo mesmo perceber, voltando á analogia do carro é o mesmo que ir á oficina e pedir ao sujeito que desalinhe a direcção, para assim poder  substituir os pneus mais rapidamente.

Mas do que é que estamos a falar?

Uma empresa que pretenda ter nos seus quadros trabalhadores qualificados, tem custos com a sua formação e a substituição dos mesmos é certamente tempo perdido e um retrocesso no sucesso da empresa, vejamos o exemplo da Auto Europa,(existem outros exemplos), trabalhadores qualificados, bem remunerados, e altamente motivados.

Não o que se pretende com a facilitação dos despedimentos, não é arranjar mais postos de trabalho, o que alguns "patrões", pretendem é substituir os trabalhadores com vinculo certo, por precários. Mas este tipo de empresário não interessa ao pais, porque não é com politicas laborais do terceiro mundo e baixos salários que vamos alterar o estado das coisas.

O que muitos destes senhores gostavam era substituirem os trabalhadores portugueses, por paquistâneses a dormirem em contentores nas traseiras das fábricas, e atenção não vejam nesta afirmação, qualquer laivo de nacionalismo nem xenofobia, aquilo que os paquistâneses e outros vêm fazer para portugal, é o mesmo que os portugueses fizeram por esse mundo fora, procurar algo que apesar de tudo é melhor que nos seus paises de origem e como tal sujeitam-se a condições laborais, já há muito abandonadas no mundo Ocidental.

A aplicação das medidas que visam precarizar o mercado de trabalho, ao contrário do efeito pretendido vai fragilizar ainda mais a economia e provocar um retrocesso nas condições de vida dos portugueses.

A tentativa desesperada de ombrear com os mercados emergentes, além de impossivel é faliciosa, como é que se compete com mercados onde popula o trabalho infantil; inexistência de horários laborais; inobservância das regras ambientais; onde as palavras férias ou descanso laboral, não têm sequer tradução para as linguas natais.

Continuamos no entanto a constatar a deslocalização de empresas ocidentais para alguns destes mercados, e os rostos que estão por detrás dessas multinacionais, são os mesmos que especulam com a nossa divida soberana, que defendem o radicalismo liberal para melhor atingirem os seus propósitos.

Esta é a politica com a qual o actual executivo se identifica, e na realidade é aquilo em que os Portugueses  votaram.

As Douradas e o Espólio Final

13-07-2011 21:00

Infelizmente não vos vou falar das Brachyplatystoma Flavicans, vulgo Dourada, que por sinal bastante gozo me dão na sua captura, e também na sua degustação, nem tão pouco das tradicionais fatias douradas, tentação de muitos na época natalicia.

As douradas em causa são aquelas, que tanto prurido provocaram aos mercados europeus, e que agora finalmente para gaudio de alguns vão ser alienadas. E com elas a possibilidade de quem nos governa, exercer algum controle sobre o destino de empresas, cuja actividade se revela de fundamental importância tanto no aspecto social,económico e estrutural para o nosso pais.

Pessoalmente sempre tive muitas reservas em relação, á abertura ao capital privado de empresas que têm um serviço público a cumprir, e cuja orientação deve ser sempre no sentido daquilo que melhor defende o interesse das populações, e do pais. E falo de empresas, que pelos serviços prestados e a importância dos mesmos, são de uma relevância fundamental para os designios do pais. Dito isto é compreensivel a preocupação que me assola, quando se vai hipotecar aquilo que seria já um mal menor.

Com a queda das "Golden Share",empresas como a EDP; PT ; Galp Energia,  REN, ficam inexorávelmente á mercê dos mercados. Dirão os neo-liberais que por ai populam, "mas é mesmo isso que se pretende, deixar funcionar os mercados".

Mas será que o livre funcionamento dos mercados nestes sectores, trás algumas vantagens ao consumidor final? Terá algum efeito positivo nas tarifas praticadas nos serviços prestados? Pois têm duvidas, eu também.

Para quem não sabe, e eu sei do que falo e ao contrário daquilo que se pretende passar, o mercado da comercialização de energia, não está monopolizado, por uma só empresa, desde o dia 04-09-2006 os consumidores de energia eléctrica podem de acordo com o D.LEI.29/2006 de 15-02-2006 e o D.Lei.172/2006 de 23-08-2006, escolher o seu comercializador no mercado liberalizado de energia.

Existem efectivamente no mercado outras empresas, para além da EDP, tais como: EGL-Energia Iberia s.a ; Endesa; Iberdrola; Gás Natural Fenosa. Agora perguntam, mas a abertura do mercado da electricidade a essas empresas não devia ter surtido algum efeito nas tarifas de energia que tanto peso têm tanto para os clientes domésticos como para as empresas?

Devia mas não teve, e certamente não é por falta de controle nos custos com o pessoal, nem pelos vencimentos pagos á generalidade dos trabalhadores, mas a abertura ao capital tem a outra face da medalha, quem investe quer retorno (legitimo), e os lucros têm sido na ordem dos milhões de euros.

Existe uma empresa em particular cuja privatização na sua totalidade, me deixa extremamente apreensivo e a sua concretização, irá criar uma situação extremamente gravosa para as gerações futuras, estou a falar da REN,  cuja actividade básicamente é fazer o transporte da energia adquirida pelos comercializadores, fazendo-se pagar pelo serviço prestado.

Não está prevista outra empresa a desenvolver esta actividade, ou seja preparam-se para entregar aos privados,(os tais que visam o lucro), um monópolio, só que em vez de ser controlado por quem deve definir o destino do pais, será controlado por interesses privados de capitalistas anónimos.

Isto, já não é liberalismo, é lesar de forma irreversivel os interesses de Portugal.

Do Silêncio Insurdecedor á Diarreia Verbal

13-07-2011 21:00

Esta é a unica forma, que me ocorre para diferenciar a atitude e postura do mais alto magistrado da Republica, registada entre o primeiro mandato e o segundo que decorre. A referida criatura,( vou assim designar a personagem), na vigência do primeiro mandato, pautou a sua conduta pela discrição, não vetou nada, raramente se pronunciou acerca de algo, e quando o fez foi em termos muitos distintos dos verificados a partir do momento em que viu garantida a sua reeleição.

A estratégia seguida, até pode ser considerada como normal, e nem tão pouco será original, atendendo no entanto ao tão enfatizado mau momento que o pais já atravessava no fim do primeiro mandato, é incompreensivel manter tal estratégia, a menos que considerasse os seus próprios interesses superiores aos interesses da nação, ao que parece, foi isto que a digna criatura considerou.

É notório o mau estar e a divisão criada pelo discurso de vitória, entendendo-se que a partir dai nada seria como dantes, e que faria tudo para que o desfecho fosse aquele que se veio a verificar, recordemos a distinção de discursos em relação por exemplo ás agências de rating, dantes não ganhavamos nada com a critica ás mesmas e deviamos fazer o nosso trabalho, agora as agências já são motivo de critica e já temos algo a ganhar com essas criticas, este é apenas um exemplo entre muitos daquilo que foi a minagem do anterior executivo pela presidência da Republica. 

Nos ultimos tempos, temos assistido a diversas declarações avulsas, desde a virarmo-nos para o mar,ou dedicarmo-nos novamente á agricultura, enfim sectores primários, desbaratados e vendidos a retalho, com o incentivo cumplice da CEE que para o efeito injectou milhares de euros no nosso pais, e que foram distribuidos pela criatura, aos seus correlegionários como moeda de troca para deixarem de cultivar terras e abater a frota de pesca.

Quem não têm ainda a memória de hectares e hectares de culturas, nunca até então praticadas no nosso pais e que nem sequer eram colhidas, pois bastava semear, para se ter o direito a subsidios de fundos comunitários,(os mesmos que agora pagamos a juros obscenos), tendo assim alguns feito autênticas fortunas, comprado jipes e construido moradias.

Existe ainda uma situação, que ainda não está totalmente clara, o facto do grande amigo Oliveira e Costa, ter readquirido as acções da SLN a um valor substancialmente superior ao que estas detinham no mercado, é algo bastante nubloso, estamos a falar de acções de uma empresa cotada em bolsa, com responsabilidades para com os outros accionistas, e em que é dado um tratamento preferencial a um, que tem no minimo informação previgiliada, de que algo não estava correr bem com o BPN.

Não sou hipocrita, ao ponto de afirmar que a referida criatura, foi a unica a remar nesta direcção, não outros lhe seguiram o rumo por ele definido, o que não aceito é que agora venha apregoar aos sete ventos que é necessário os portugueses mudarem de vida, quando lhe podem ser assacadas sérias responsabilidades pela vida a que os portugueses se habituaram.

Uma das ultimas afirmações que lhe escutei, foi a de que os portugueses que maiores rendimentos auferem,(declarados é claro), devem ter uma contribuição mais substancial na comparticipação dos custos da saude?

Mas o homem acordou agora de algum coma, ou aparvalhou de vez, então isso não é já o que acontece actualmente? Caso não esteja eu equivocado, conforme os rendimentos auferidos e declarados é claro (e aqui é que reside o problema), são feitos mais ou menos descontos, com os quais o estado deve prestar os cuidados de saude.

Se o que a confusa criatura pretende é além destes descontos onerar, com mais custos os camelos que ele considera classe média, pela parte que me diz respeito não estou disposto a isso, nem a constituição permite a existência de co-pagamentos.

 E espero francamente que quem for eleito como lider dos socialistas, não abra mão desta condição, pois caso consigam rever a constituição neste parametro, o SNS tal como o conhecemos acabou.

Vejam mais uma vez o discurso da criatura em perfeita sintonia com aquilo que é o agendamento politico deste governo para a saude, retalhar entregar a privados e onerar com mais custos os que já pagam tudo!

A insustentàvel leveza dos tabuleiros

11-07-2011 21:00

 

Confesso fiquei inicialmente estupefacto, não esperava ver recebido debaixo de aplausos apoteóticos, aquele que foi o mais africano dos candidatos, e actual primeiro ministro de quem nele votou.

A surpresa inicial deu rápidamente lugar á incredulidade, era mesmo verdade, o gajo que tinha prometido não aumentar os impostos, e cuja primeira medida tomada foi fornicar  metade do subsidio de natal á generalidade dos tugas, ( o mesmo que o gajo dos pec´s, já havia feito ao vencimento dos funcionários públicos, com a pequena\grande diferença que dessa vez não me tinha tocado a mim) e que além disto ficou-se pelas viagens em classe económica,(paga o mesmo, ou seja nada), e o intuito de exercer maior rigor no controle do uso das viaturas do seu staff;etc,etc,etc, enfim citando o  inigualável Catroga encheu a boca com uma carrada de pintelhos.

Mas o facto é que as boas gentes de Tomar, na festa mais emblemática da sua cidade, e uma das com mais tradição em Portugal, recebeu o vosso PM, como se nada disto se tivesse passado há apenas uma semana.

Nem me vou dar ao trabalho de estabelecer qualquer comparação entre as medidas agora tomadas e outras a que chamavam pec`s, pois o principal pecador até saiu de cena e agora ao que parece vai estudar filosofia,(será que decidiu finalmente fazer justiça ao nome) mas isto é matéria para abordagens futuras.

Depois de pensar algum tempo e analisar situações ocorridas no passado, sou levado a crer que os tugas no seu perfil genético devem ter algo que tendencionalmente os leva ao masoquismo, tipo exame á próstata, aquando do toque rectal, o médico(sádico) pergunta:, está tudo bem? não estou a magoá-lo? responde o infeliz: não sr.doutor, mas talvez se pudesse tirar o anel...era agradável. Responde o médico: anel? mas qual anel? O amigo deve estar a referir-se ao relógio.Pois é qualquer dia nem conseguimos meter comer na boca, pois temos a mão do sr.passos ou de outro indigena de outra tribo qualquer a sair-nos da mesma, e continuamos a aplaudir.

Curiosamente na sequência de ajudar a minha filha mais nova a estudar para um teste de história, recordei o fim da 1ª Republica, e o inicio do estado novo, e constatei diversas semelhanças entre ambas as épocas, vivia-se á data grande insatisfação social; a classe politica já na altura pensavam mais nos seus interesses que nos do povo, aparentemente tal como agora o estado também estava falido, e onde é que os portugueses procuraram refugio, tal como agora, no populismo, autoritarismo, que teve como desfecho natural uma longa ditadura, que nos remeteu para um atraso económico, educacional e social, que hipotecou seriamente o nosso futuro, tendo cota elevada de responsabilidade pelo estado actual do pais.

Existem infelizmente e felizmente, duas grandes diferenças, a primeira é que a ditadura foi-nos imposta pela escolha dos militares, agora foram os tais que por norma fazem exames á próstata de seis em seis meses, (tou a brincar), a outra diferença é o facto de ser muito improvável, felizmente imporem-nos outra ditadura.

Não porque falte vontade a alguns, (serão mais do que julgamos),(não estivessemos na europa e estavamos lixados), basta ver o inquérito efectuado a dois ou três anos em que uma grande percentagem de tugas, considerou o ministro de estado António Oliveira Salazar, como o melhor governante de sempre..

Ou seja ainda hoje existe uma relevante maioria, que se revê nos métodos e nas politicas seguidas pelo estado novo, e como contra factos não há argumentos, esta é a realidade que temos.

O verão já não é o que era

09-07-2011 20:23

A ponte e as isenções do mês de agosto, já não era sem tempo o fim da tão inusitada isenção,

 fica no entanto a pergunta para quando o fim puro e simples do pagamento de qualquer portagem? Sim se atendermos que se trata,pelo que tenho conhecimento da unica ponte do pais,(além da outra incluida no mesmo pacote), cuja travessia está sujeita a pagamento, é urgente questionar o porquê?

 E se veêm com a conversa do utilizador\pagador, meus amigos então vamos aplicar a regra em todas as situações em que se utiliza qualquer infraestrutura ou serviço do dominio publico, sem qualquer excepção de norte a sul do pais, e ilhas incluidas.

Senão vejamos eu não ando de metro no porto e pago através dos meus descontos para os impostos, o prejuizo dos mesmos; utilizo uma ou duas vezes por ano a via do infante no algarve e a isenção desta scut entre outras leva rios de dinheiro, já para não chegar ao extremo de que atendendo a que não utilizo os sanitários de trás-os-montes, os descontos dos meus impostos, não deviam ser canalizados para a construção e manutenção do saneamento básico de tal região, ou seja quem faz é que deve pagar!

 Estão a ver o quanto perigoso é esta treta do utilizador\pagador. 

Quem é que não se lembra da contestação ao aumento das portagens na ponte 25 de abril, ou se preferirem Oliveira Salazar, mas porventura recordam-se que o tal aumento teve a ver com o "cozinhado" do governo do sr.Silva (o actual presidente de alguns), com a empresa de capitais privados a Lusoponte, naquilo que terá sido uma das primeiras, tão agora malfadadas parcerias publico privadas.

 Esta básicamente entregou á exploração de privados uma ponte já paga e cujos custos de manutenção ficam centenas de milhares de euros abaixo do encaixe financeiro com as portagens, em troca do financiamento de outra ponte cuja edificação não veio resolver a tragédia que é a vida das pessoas que moram na margem sul e têm que atravessar o tejo diariamente, mas entregou com grave prejuizo para o estado a taxação das duas principais entradas, na capital para quem vem ou vai para o sul do pais.(ainda falam dos socialistas). Eu por acaso gostava de ver uma das várias pontes existentes no porto a ser objecto de uma portagem, devia ser bonito de ver! 

Para terminar e para aqueles que andam mais distraidos, lembram-se quem era o ministro das obras publicas há data, o sr. Ferreira Amaral, o mesmo que ocupa o lugar de presidente administração da Lusoponte, meras coincidências.....

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Notícias

*Socratinice Aguda*

25-11-2014 20:00
Curiosamente há já algum tempo que não tinha qualquer vontade de troikar, não porque tenha perdido o gosto pela coisa, mas muito francamente, começava a lixar-me um pouco para isto tudo. Muitos de vós já devem ter pensado e provavelmente tido vontade de dizer, este gajo que até tem um trabalho...

Greenfest

27-09-2011 12:04
    Patrocinado pela EDP, este festival irá celebrar o melhor que já se fez no nosso país nas áreas económica, social e ambiental. Vá até ao Centro de Congressos do Estoril e à FIARTIL para assistir a conferências, participar em workshops, ver espectáculos ou até viver experiências...

Águias Pesqueiras em Portugal

18-08-2011 19:00
    Em Portugal a águia pesqueira encontra-se em vias de extinção como residente e “em perigo” como hibernante, de acordo com a última edição do Livro Vermelho dos Vertebrados de Portugal. Há quanto tempo esta espécie não nidifica em Portugal? E porque razões? A águia-pesqueira ou guincho...

Kakuma

18-07-2011 17:48
  Quem tem o acesso à electricidade como um dado adquirido, não tem certamente a noção do impacto da sua ausência. Se estivermos a falar de comunidades mais precárias, este impacto é ainda mais notório, e é crucial para a segurança fisica das pessoas, bem como para o seu desenvolvimento....

InovGrid- Redes Eléctricas Inteligentes

12-07-2011 22:44
O InovGrid é um projecto inovador que visa dotar a rede eléctrica de informação e de equipamentos capazes de automatizar a gestão das redes, melhorar a qualidade de serviço, diminuir os custos de operação, promover a eficiência energética e a sustentabilidade ambiental.   Vai ser...

Ciclideos africanos

10-07-2011 21:41
Trata-se de uma especie originária, como o próprio nome indica, do continente africano, mais concretamente dos lagos Vitória,Tanganica e Malawi cujas águas alcalinas apresentam um ph entre os 7,2 e os 8,9.  Facto a ter em conta caso se pretenda montar um tanque de ciclideos, não pelo facto de...

Notícias

*Socratinice Aguda*

25-11-2014 20:00
Curiosamente há já algum tempo que não tinha qualquer vontade de troikar, não porque tenha perdido o gosto pela coisa, mas muito francamente, começava a lixar-me um pouco para isto tudo. Muitos de vós já devem ter pensado e provavelmente tido vontade de dizer, este gajo que até tem um trabalho...

Greenfest

27-09-2011 12:04
    Patrocinado pela EDP, este festival irá celebrar o melhor que já se fez no nosso país nas áreas económica, social e ambiental. Vá até ao Centro de Congressos do Estoril e à FIARTIL para assistir a conferências, participar em workshops, ver espectáculos ou até viver experiências...

Águias Pesqueiras em Portugal

18-08-2011 19:00
    Em Portugal a águia pesqueira encontra-se em vias de extinção como residente e “em perigo” como hibernante, de acordo com a última edição do Livro Vermelho dos Vertebrados de Portugal. Há quanto tempo esta espécie não nidifica em Portugal? E porque razões? A águia-pesqueira ou guincho...

Kakuma

18-07-2011 17:48
  Quem tem o acesso à electricidade como um dado adquirido, não tem certamente a noção do impacto da sua ausência. Se estivermos a falar de comunidades mais precárias, este impacto é ainda mais notório, e é crucial para a segurança fisica das pessoas, bem como para o seu desenvolvimento....

InovGrid- Redes Eléctricas Inteligentes

12-07-2011 22:44
O InovGrid é um projecto inovador que visa dotar a rede eléctrica de informação e de equipamentos capazes de automatizar a gestão das redes, melhorar a qualidade de serviço, diminuir os custos de operação, promover a eficiência energética e a sustentabilidade ambiental.   Vai ser...

Ciclideos africanos

10-07-2011 21:41
Trata-se de uma especie originária, como o próprio nome indica, do continente africano, mais concretamente dos lagos Vitória,Tanganica e Malawi cujas águas alcalinas apresentam um ph entre os 7,2 e os 8,9.  Facto a ter em conta caso se pretenda montar um tanque de ciclideos, não pelo facto de...