*Socratinice Aguda*

25-11-2014 20:00

Curiosamente há já algum tempo que não tinha qualquer vontade de troikar, não porque tenha perdido o gosto pela coisa, mas muito francamente, começava a lixar-me um pouco para isto tudo.

Muitos de vós já devem ter pensado e provavelmente tido vontade de dizer, este gajo que até tem um trabalho certinho, é colaborador de uma das empresas mais sólidas do país, (pelo menos aparentemente, o exemplo recente da PT dá que pensar),até deve ganhar razoavelmente bem, e está sempre a reclamar a dizer mal de tudo e todos, e nada está bem para ele.

Ora bem, no fundo também tenho um pouco essa consciência, olhando à minha volta vejo inúmeros exemplos de pessoas com vidas bem mais difíceis, algumas perderam o emprego a casa, tiveram que abandonar a sua pátria, enfim sujeitarem-se a circunstâncias, em que nunca se haviam imaginado, e mesmo assim assimilam tudo, como se de um fatalismo a que não pudessem escapar se tratasse, como uma vez ouvi dizer, tudo é permitido a quem supostamente governa, pois neste País não se parte sequer uma montra.

Por outro lado temos os outros, que para além de reunirem todas as condições acima mencionadas, e estarem também eles bem pior do que eu, ainda arranjam tempo e estomago para bajular os detentores do poder, sempre disponíveis para lindos retratos e servis, como se de fiéis amigos se tratassem.

Estes últimos desconheço o que os move, serão as suas motivações genuinamente ideológicas, ou não será mais do que a busca vã de um lugarzinho á sombra do “partido”, que lhes permita ter o destaque e os proveitos que nunca conseguiram à custa de uma carreira profissional.

Este é o tipo de “militância”, transversal aos partidos políticos, principalmente os chamados, do arco da governação, basicamente trata-se de pequenos “shark tank”, verdadeiros viveiros de futuros líderes, sem princípios e valores, que estão na política não para servirem, mas para se servirem.

Nunca fui adepto fervoroso do “Pinóquio”, mas também nunca sofri de “socratinice aguda”, como muitos que conheço e que agora rejubilam, com os últimos acontecimentos.

Reconheço alguma empatia com as características que lhe valeram o título de “animal feroz”, tenho a lucidez suficiente para anuir que a sua governação, foi pautada por opções positivas e outras de um cariz muito duvidoso, muito provavelmente algumas delas com contributo efetivo para o processo agora despoletado, apesar de tudo mantenho a opinião que o legado mais nefasto que o agora “desgraçado” “Pinóquio” nos deixou, foi a oportunidade dada ao Pedro e aos seus pares de aplicarem a sua ideologia de empobrecimento dos seus concidadãos.

Pedro tem razão quando diz que os políticos não são todos iguais, os políticos são homens, estes são diferentes entre si, logo os políticos também o são. Não sei em que contexto é que a afirmação foi efetuada, não sei se foi um ensaio para transpolar para o combate político, o que está neste momento no âmbito da justiça, mas a ser assim devia o Pedro ter cuidado com as pedras, pois existem por ai muitos telhados de vidro, e são provavelmente esses telhados de vidro que deixam apáticos e entregues a um fatalismo inexplicável a generalidade dos Portugueses. 

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