Virtualidades

10-08-2012 16:55

 

Começou ontem a ser aplicada no hospital São José, devendo ser alargada ao resto das unidades de saúde de todo o país, a medida que de acordo com o “nosso” governo, servirá para os cidadãos terem a consciência do valor real da assistência médica do serviço nacional de saúde.

De resto a medida em questão fazia parte do programa de governo do PSD, aquando da campanha eleitoral, com a pequena diferença de que então era preconizada a entrega da referida “factura virtual”, aquando da triagem, quiçá na esperança de que o utente, ao se aperceber do “prejuízo” que estava a provocar tivesse um remoque de consciência e desistisse da ida á urgência.

 Brincadeiras á parte esta medida, só podia mesmo ter saído da cabecinha destes cavalheiros, que na busca insaciável de justificarem o injustificável, não têm pejo nem escrúpulos em instrumentalizar os mais distraídos, e menos informados com estas campanhas mesquinhas, que só visam justificar os cortes, na sua maioria cegos e indiscriminados que se têm verificado na prestação dos serviços de saúde.

Este é o tipo de campanha que só encontra paralelo no ministério do “Pedro das Lambretas”, com as tais noticias das centenas de contribuintes que em sede de IRS declaravam ter mais descendentes do que tinham na realidade, com o objectivo de lesar o estado em milhares de euros, ou as centenas de malandros que recebiam o RSI e tinham milhares de euros em contas bancárias, estranhamente estas situações foram relatadas mas a partir dai…………………nada, nunca mais se ouviu nada, nem na comunicação social tal assunto foi novamente tratado.

Quem em tempos acusou o “Pinóquio” e a sua prol de exímios controladores da comunicação social e da opinião pública certamente estarão agora calados sem palavras, certamente devido, á espantosa e refinada eficiência demonstrada na mesmíssima matéria por estes cavalheiros.

Voltando às tais facturas virtuais, estas deviam ser alargadas e aplicadas a outras situações, por exemplo, porque não uma factura virtual para cada cidadão português, do custo efectivo de manter um presidente em belém, ou os deputados em São Bento. Porquê não uma factura virtual, onde seja perceptível o custo efectivo de uma acção policial, para a segurança dos cidadãos, porquê não uma factura virtual, com o valor real do custo do trabalho de um magistrado, em prol da aplicação da justiça.

Esta medida de facturar virtualmente os cuidados de saúde a que os cidadãos recorrem, é no meu ponto de vista uma enorme imbecilidade, que não acrescenta valor ao serviço, e cujos contornos e objectivos são difusos, por exemplo em que momento o facto de um cardíaco saber qual o custo real de um electrocardiograma, será relevante para melhorar a sua condição clinica? O facto de uma parturiente saber o custo real do seu parto, será significativo para que este corra melhor e fará do recém-nascido uma pessoa melhor, se assim for passem lá a merda das facturas!

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