Sinais Dos Tempos II

06-09-2011 22:43

 

 

Certamente já não será novidade para ninguém de que nos esperam tempos difíceis, o que a generalidade dos portugueses não estaria á espera, era da ameaça velada do promissor jovem que nos governa, de que não aceitaria qualquer iniciativa de contestação á política de austeridade a que temos sido sujeitos, desde a tomada de posse do actual governo.

Estaria certamente a referir-se a manifestações, greves e outras formas de luta, que em regra os governos democraticamente eleitos, compreendem e toleram, e que estão plasmadas na nossa constituição. Ora assim sendo o que irá na cabeça do “vosso” primeiro-ministro para fazer tal declaração? Será que iremos voltar a assistir a tristes episódios de má memória de outros governos de direita? Ou terá trazido alguma missão específica da última viagem que fez á Alemanha, será que a chanceler alemã, terá dado instruções específicas ao subserviente do “vosso” primeiro-ministro de como agir, em presença de manifestações de descontentamento.

É certo que os portugueses já atravessam tempos difíceis, mas com o regresso das férias, essa consciência vai-se tornar mais nítida e efectiva, e essa realidade levará as pessoas a questionarem-se se os objectivos a que se propõe este governo era a mudança pretendida com o sentido de voto das últimas eleições, neste raciocínio não deixarão de olhar para a realidade grega, e ao ponto a que chegou a Grécia com taxas de juro sobre a divida soberana na ordem dos 80%, isto após um ano desde que o plano de resgate foi posto em prática naquele país.

E por muito que se cansem de dizer e repetir que Portugal é muito diferente da Grécia, um facto concreto é que a especulação e os juros de usura, são praticados em ambos os países pelos mesmos, neste contexto ninguém pode afirmar que mesmo que ponhamos em prática todas as medidas de austeridade impostas, daqui a um ano não estejamos nas mesmas condições ou pior que os gregos.

É para esta realidade que muitos portugueses estão a despertar, começam agora a compreender que o que está verdadeiramente em causa são as condições mais básicas de vida, na prática aquilo que os nossos parceiros do mercado comum pretendem é a regressão na qualidade de vida dos portugueses em cerca de dez ou quinze anos, como se não estivéssemos já o suficiente atrasados em relação á média europeia, e é perante esta tomada de consciência que o “vosso” primeiro-ministro, decidiu dar o primeiro passo, está no entanto a traçar um caminho no mínimo pouco prudente, pois outros mais hábeis e experientes que ele, já tombaram às mãos do povo.

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