Relvas Daninhas

14-07-2012 13:42

 

Por uma questão de honestidade faço desde já uma declaração de interesses, não votei nos senhores que detêm o destino da nossa pátria, não me identifico com a sua ideologia politica, e não suporto a “maneira de estar” do ministro Miguel Relvas.

Dito isto apraz-me escrever algo sobre o tema mais “badalado” das últimas semanas, a licenciatura do Relvas.

 Já ouvi de tudo, há os que acham que o problema está na forma de pensar dos portugueses, para os quais os cargos de poder, tem que estar obrigatoriamente ocupado por gente com formação superior, o que logo empurrou o pobre do Relvas para esta situação.

Para outros, o facto dos políticos da geração do ministro, terem na sua juventude estarem “ocupados” activamente na vida política partidária (entenda-se, envolvidos nas jotas), não tiveram tempo de estudar, logo devia ser contemporizadas estas situações, arranjando uma solução para as mesmas, na minha opinião a legislação existente nesta matéria ao abrigo do processo Bolonha, foi exactamente feita á medida desses políticos e assenta que nem uma luva aos “relvas” que por ai andam.

Pessoalmente estou perfeitamente nas tintas para a legalidade ou não do processo do senhor Relvas, sou da opinião que nestas circunstâncias a invocação dos aspectos legais, para além de desnecessária é irrelevante, estamos perante um procedimento em proveito próprio, cujo discurso enquanto membro do governo, se tem pautado pela necessidade da exigência, que advoga que só com sacrifícios e transparência nos procedimentos é que sairemos desta situação.

 Só esta dissonância entre o propalado e o praticado, dispensa na minha modesta opinião qualquer chamamento da lei para esta situação, e seria mais que suficiente que alguém com alguma vergonha na cara apresentasse a sua demissão, aliás será de recordar que a ilustre personagem tem pautado a sua actuação por diversas situações polémicas com muitas incongruências e aldrabices á mistura e só ainda passou um ano de governação.

O que estarão a sentir os alunos que frequentam a Lusófona, qual será o sentimento de todos os que se licenciaram naquela universidade, as diferenças entre a licenciatura do Relvas e a suposta fraude praticada no exame do 12º pela aluna que pretendia aceder ao ensino superior de medicina, serão assim tão grandes? Aparentemente as diferenças é que a licenciatura custou 1000€, e suporta-se na avaliação de um reitor, a outra terá custado 600€ e a aluna terá recorrido aos serviços de uma “explicadora”, recrutada na “net”. Para mim eticamente as situações são idênticas, e não vislumbro qualquer diferença nas mesmas.

 Se a isto juntarmos o facto de que o senhor Relvas, na sua condição de reformado, ao abrigo da lei aprovada por ele e por outros que como ele, sempre parasitaram a sociedade portuguesa, tem “direito” a receber 2800€ de subvenção politica, que por efeitos de legislação entretanto aprovada na governação do “Pinóquio”, não pode agora acumular com o vencimento de ministro. Será que os 2800€ de “reforma” espoliados aos portugueses não serão suficientes para o Relvas desamparar a loja? Pelos vistos não.

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