Pentelhices

11-01-2012 20:00

Nos últimos dias têm vindo a público uma serie de factos que me levam a crer que definitivamente se perderam as propaladas ambições manifestadas pelo Pedro e os seus pares em serem diferentes de anteriores governos, ou pelo menos abandonaram em definitivo a tentativa de passar essa imagem, o que em abono da verdade nunca passou disso mesmo.

A nomeação de elementos conotados com as cores do governo, para cargos em empresas recentemente envolvidas, em processos de privatização tendo alguns desses elementos agora nomeados sido intervenientes activos no processo, é o abandono total por parte de Pedro em tentar manter as aparências, diria mesmo que é a perca total da vergonha, e o inicio de um esbulho igual ou superior a alguns praticados no passado, com a partidarização de empresas, não olhando ao interesse público mas sim ao partidário e particular.

Bem podem vir com o argumento de que as nomeações são da responsabilidade dos accionistas e que estamos a falar de empresas privadas, todos sabemos que a promiscuidade entre determinadas empresas por meio dos grupos económicos que as controlam e os governos é prática corrente foi assim no passado com governos PS e PSD, com manifesto prejuízo para o país em variadíssimas situações.

Um flagrante e evidente exemplo do que afirmo é o Senhor Catroga, peça fulcral na negociação com a troika, como representante do PSD e que teve nas mãos os processos das empresas a privatizar ao abrigo do malfadado memorando, e vê-se agora nomeado para um cargo numa dessas empresas, onde vai auferir, pasme-se cerca de 45mil euros por mês. Quando questionado sobre este facto, o homem dos “pintelhos”, teceu como comentário a alarvidade de que cerca de 50% do que vai auferir, irá para impostos, e dai resultará um efeito redistributivo para as causas sociais.

Se já tinha sérias dúvidas, acerca dos motivos reais para a nomeação deste cavalheiro, sem porém querer pôr em causa as suas competências profissionais, após escutar este tipo de justificação já não sei o que pensar, ouvir isto da boca de um economista é realmente absurdo. Por esta ordem de raciocínio poderá a minha entidade patronal (que por sinal é desde agora a mesma que a do ilustre economista) aumentar o meu vencimento para o dobro (mesmo assim fico a ganhar menos num ano do que o “senhor pintelhos”, num mês), pois dessa forma passarei a descontar mais, para os impostos e isso na lógica do Calhorda é que conta.

Outro assunto que gostaria de ver devidamente esclarecido, é se vão ser ou não necessárias mais medidas de austeridade, e em que moldes é que estas se vão verificar e qual o impacto das mesmas para as famílias cuja única fonte de rendimento detêm é o seu trabalho. Sempre fui da opinião que no que respeita a medidas deste género, ainda a procissão vai no adro como costuma dizer o povo, e olhando para o ocorrido noutros paralelos, facilmente conseguimos decalcar essa realidade na nossa.

Estranhamente o “choninhas” do Gaspar e o governador do Banco de Portugal, estão em desacordo em relação à necessidade ou não de mais medidas de austeridade, eu pessoalmente, gostaria de saber previamente com o que posso contar, pois caso a ideia seja roubar também aos trabalhadores do privado, por exemplo o subsidio de férias, seria agradável sabê-lo com alguma antecedência, pois em regra é com esse subsidio que costumo pagar as despesas sazonais, tais como seguro automóvel, IMI etc., pois ao contrário do Catroga não aufiro uma reforma de 9mil euros, a acumular a mais este valor absolutamente patriótico de 45mil€, a partir do qual ele estoicamente vai descontar 50% em impostos.

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