Pedro e os Lobos

17-12-2011 15:10

 

Está para breve o anúncio de uma decisão já há muito tomada, apesar dos esforços e das pressões dos chineses, que publicamente têm vindo a exigir ao governo português imparcialidade na privatização da EDP, é sabido que Pedro irá anunciar a entrega dos 21,4% detidos pelo estado aos alemães da E.ON.

Esta decisão é o prelúdio de um fim que á muito se adivinhava e vem na sequência da subserviência do jovem de Massamá á chanceler alemã, logo nada a estranhar a mais este episódio de humilhante vassalagem ao domínio germânico.

O assunto da privatização da EDP, para além de ser uma matéria na qual tenho um especial interesse pessoal, por motivos óbvios que são do conhecimento de muitos de vós, é também algo que na condição de mero cidadão e consumidor, sempre me causou muito prurido.

Estamos a falar de uma empresa que desempenha a sua actividade numas das áreas mais estratégicas para a economia nacional, tal como em outras áreas sensíveis como no sector dos combustíveis ou comunicações, deveria o estado manter sempre uma posição que salvaguardasse o país e os cidadãos do apetite dos mercados. Esta é a minha opinião enquanto cidadão.

Neste contexto estou-me obviamente nas tintas se o Pedro entrega o que resta da EDP, aos alemães, chineses ou brasileiros, pois independentemente da escolha, certamente que esta não trará melhores tarifas, nem um melhor serviço aos clientes, provavelmente será exactamente o contrário.

Já na qualidade de colaborador da EDP, confesso causa-me alguma apreensão ver entrar no capital da empresa, que ao longo dos últimos 25 anos ajudei a crescer, uma outra empresa que se prepara para despedir dos seus quadros cerca de 11 mil trabalhadores (quase tantos como detêm a EDP). Imaginem que acompanham a vossa filha ou filho ao altar, e que estes estão na eminência de casar com alguém que se separou no dia anterior de um outro parceiro. Não é propriamente as uniões que desejariam, para os vossos filhos. É um pouco assim que vejo a entrada da E.ON no capital da EDP.

E porque estou a falar de trabalho, empresas e basicamente da vida das pessoas, continua uma outra telenovela cujo derradeiro capitulo, (já se adivinhava há muito), está finalmente á vista.

Estou a falar da tal meia hora de trabalho diário á borla, que afinal sempre poderá corresponder a um sábado ou feriado grátis para o patronato, ou seja finalmente a escória que nos governa, assumiu que ao fim de quatro semanas de trabalho, em que a tal meia hora diária seja acumulada, poderá á quinta semana o trabalhador ser “convidado”, pelo patrão para ir trabalhar a um dia de descanso ou feriado, sem qualquer retribuição, basta para isso que o trabalhador dê o seu “acordo”, obviamente se estivermos a falar de um trabalhador contratado a prazo ou com qualquer outro vinculo laboral precário, não restará ao infeliz outra saída que não seja aceitar e de preferência com um sorriso nos beiços, esta é a perspectiva de economia alavancada, no baixo salário e condições laborais precárias que definem a agenda ideológica do Pedro e os lobos.

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