"Pedro com Freitas a Cavalo"

13-12-2011 19:44

Se alguma dúvida subsistisse, o Pedro fez questão de tornar claro que o aumento verificado no custo da saúde pública, através do acréscimo do valor das “taxas moderadoras”, é uma prática que vai ter continuidade.

Segundo o vosso primeiro-ministro, ainda existe “plafond” para o crescimento dos valores das referidas taxas, estando o valor limite ainda muito longe de ser alcançado. Este tipo de afirmação em circunstâncias normais, em que não se verificasse uma crise económica, com reflexos negativos para as famílias que as tais taxas pretendem “moderar”, seriam graves pois indicariam a concretização de uma agenda ideológica que visa a curto prazo acabar com o SNS de reconhecida qualidade, e de livre acesso a todas as classes sociais, já no contexto actual a pretensão manifestada por Pedro, em sobrecarregar os que já carregam o pesado fardo de financiar este país, é trágico e imoral.

O aumento das referidas taxas tem como já tive a oportunidade de referir, o efeito perverso de remeter muitos daqueles que fazendo parte dos visados com a “moderação” em curso, para o sector privado, sendo este facto na prática o resultado pretendido com a aplicação destas medidas. Quantos de vós vão deixar de recorrer aos cuidados de saúde, na eventualidade de necessitarem dos mesmos, independentemente do valor da “moderação”? 

A actualização dos valores de acesso aos cuidados de saúde, tem como principal objectivo financiar os mesmos, tratando-se assim de um co-pagamento e não como falsamente lhe chamam uma forma de moderar o acesso, pois se houvesse realmente interesse em moderar o acesso, existem outros mecanismos mais eficientes para o efeito.

E porque estamos a falar de serviços públicos, que estão directamente relacionados com o endividamento do estado e a gestão de recursos, apraz-me falar das afirmações do “Pinóquio” e da “escandaleira”, que as mesmas geraram.

Segundo o agora estudante de filosofia, o pagamento da divida do estado, é uma ideia infantil, este pensamento longe de ser uma mera expressão filosófica, teve o condão de trazer á liça vários comentadores, que ou pela falta de honestidade intelectual, ou por mera desonestidade pessoal, trataram de arranjar justificação nas palavras do Sócrates, para o actual momento vivido em Portugal.

Quando toda a gente sabe que as dívidas do estado gerem-se, e que estado algum alguma vez ficou a sua divida a zero, totalmente paga, a questão passa por saber até que ponto é que os juros a pagar vão tornar ou não essa divida impagável, para além da opção clara de Sócrates, de gerar divida em vez de a gerir convenientemente.

É certo que o “Pinóquio” foi um dos piores primeiro-ministro da nossa democracia, talvez com manifesta justiça possamos afirmar que em conjunto com o actual inquilino de Belém, (que teve condições excepcionais), tenhamos a parelha mais catastrófica para as contas públicas, e fomentadores da corrupção e do clientelismo politico, mais deplorável de sempre. Mas dai a criticar o “filosofo”, pelas suas palavras, vai uma distância abismal, e se alguém devia ter a responsabilidade de saber disto é o senhor professor Freitas do Amaral, logo o ataque verberado pelo mesmo é incompreensível e caracteriza a verticalidade de alguém que á imagem de matéria orgânica e inerte, que por norma flutua, e “navega” ao sabor das marés assim tem feito a sua carreira politica, desde simpatizante com o regime do estado novo, passando pela extrema-direita “democrática”, até ministro do “Pinóquio” ele conseguiu ser, e agora ao que parece é defensor acérrimo do jovem promissor de Massamá, (talvez numa eventual remodelação do governo….) custa-me reconhecer, mas Portas se calhar tinha motivos para retirar a fotografia do cavalheiro das paredes do largo do caldas, é que o homem mais parece um catavento....

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