O teatrinho do Coelho II

10-04-2013 21:00

Há bem pouco tempo descrevi o meu ponto de vista, acerca da reacção do Pedro após o chumbo do TC.

Comparei o seu discurso a toda uma encenação, como se de um teatro se tratasse, infelizmente para todos nós a sua representação, vai muito para além do cair do pano como acontece num qualquer espectáculo teatral, em que os actores do palco ao camarim, reencarnam a vida real e despem as suas personagens.

Na realidade o discurso de Pedro tem a particularidade, de ser aquilo que é o seu pensamento real, ou pelo menos é a estratégia que encontrou para fazer vingar as suas convicções.

É por demais óbvio que Pedro estava fartinho de saber que o OE estava pejado de artigos de constitucionalidade mais que duvidosa, e que para além dos quatro artigos considerados inconstitucionais, mais alguns poderiam ter esse destino.

Este esticar da corda, poderia inicialmente indiciar a busca de pretexto para apresentar a demissão e obrigar á efectuação de eleições antecipadas, porém o  discurso em que Pedro, elege como principal adversário político (á falta de melhor), o TC, levanta o pano e deixa a nu que Pedro desde a primeira hora tinha como estratégia definida, o chumbo do OE, que na realidade foi desde sempre o seu “plano A”.

Desmontemos, aquilo que é a estratégia de Pedro e seus pares, até agora tudo lhes corre de acordo com o planeado, o TC cumpre o seu papel e age em defesa do primado da lei, Pedro dramatiza e descarta a sua incompetência e a do Gaspar, para cima dos juízes, como se tudo até agora estivesse a correr bem,  ameaça que neste contexto não lhe resta outra saída do que cortar no estado social, e aqui começa-se a desenhar o capitulo final deste mau espectáculo, a que todos assistimos, mesmo aqueles que nunca adquiriram bilhete para o mesmo, como é o meu caso, de seguida vai pedir colinho ao senhor silva, numa tentativa de colá-lo á sua posição, como se não fosse essa, desde sempre a posição de cavaco.

Curiosamente o que a decisão do TC despoletou, foi a necessidade de cortar no estado social, juntando aos 4 milhões que constam no célebre relatório do FMI, mais 1 milhão de euros, ou seja o chumbo do TC para Pedro é a oportunidade de aplicar os tais cortes, em vez de optar por uma renegociação nos prazos e valor dos juros.

Enquanto Pedro, numa atitude mista entre o revanchismo puro e irritação mal disfarçada, parece ganhar novo fôlego e vigor na aplicação das medidas que preconizam a sua doutrina, eis que entram em jogo os “nossos Parceiros” europeus, fechando assim o cerco aos Portugueses, com ameaças e pressões inadmissíveis a um estado de pleno direito.

Esta posição concertada entre Pedro o seu gang, e os “nossos amigos” europeus é a cena final do teatrinho do coelho, que longe de ser uma fábula, é o continuar de um plano que trilha um caminho que visa o empobrecimento dos portugueses e a destruição de um país, não se percebendo quais os designios que movem esta gente.

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