O Rebanho.

16-03-2014 18:15

Após inúmeras vezes a repetir uma mesma experiência, cumprindo exactamente os mesmos procedimentos e executando as mesmíssimas técnicas, esperando de cada uma dessas vezes obter um resultado diferente, é algo no mínimo estupido.

Provavelmente terá sido esta mesma conclusão a que terão chegado os subscritores do “manifesto dos 70”, que ao fim de três anos de plácido entorpecimento parecem finalmente terem despertado, ao contrário do que muitos os acusam, antes tarde do que nunca.

É certo que no meio de toda aquela gente, constam algumas personagens cuja assinatura naquele documento em nada contribui para o prestigio do mesmo, mas até neste simples facto podemos encontrar algo que tem sido tão reclamado pelos politicotes que nos desgovernam, mas como é obvio não é este o consenso que desejam, os malfeitores a quem muitos de vós entregaram o destino do país, estão-se nas tintas para este ou qualquer consenso, pretendem sim é que transpareça para os nossos usurários que por cá o rebanho continua manso a seguir o pastor, lançando uns meros balidos.

Aliás este manifesto teve o condão de acicatar o pastor-mor, que não escondeu a irritação e deu largas ao seu transtorno obsessivo-compulsivo, foi confrangedor ver o PPC sem que ninguém algo lhe perguntasse, lançar a sua cólera sobre o documento e os seus autores, esclarecedora foi também a posição dos reputados pseudo “jornalistas economistas”, que como obedientes “cães-pastor”, vieram em defesa do dono a colocar na ordem as “ovelhas tresmalhadas”, não fosse tão trágico e até daria vontade de rir ouvir os inteligentes e honestos comentários do isento José Gomes Ferreira, só igualáveis aos do também integro e casto Camilo Lourenço, para quem a acontecer um segundo resgate, era muitíssimo bem feito para os portugueses aprenderem a não serem uns ingratos.

A postura destes e de quase a totalidade dos profissionais desta área, não é inusitada e até faz algum sentido, estes cavalheiros desde o primeiro minuto estiveram sempre na primeira linha, desde sempre defenderam e apoiaram as medidas tomadas pelos filhos da pátria que nos desgovernam, foram mesmo peças essenciais na criação do cenário, tendo muitos deles um papel inestimável, como fazedores de opinião em programas televisivos onde “vomitavam” opiniões e “vendiam” teses em autênticas lavagens cerebrais a quem os ouvia, isto sem contraditório e sobre o olhar complacente das direcções desses órgãos de comunicação social, supostamente isentos.

Não é de estranhar que sejam exactamente estes senhores, fieis seguidores e defensores das politicas que nos trouxeram aonde estamos, os mais ferozes críticos de uma restruturação da divida, algo que no fundo eles sabem ser a única saída que nos resta, a menos que esperem serem premiados pela sua obediência cega.

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