O Circo Informal

19-12-2011 20:22

 

Foram surpreendentes e bastante polémicas as palavras de um qualquer secretário de estado da juventude, quando há cerca de dois meses sugeria aos recém licenciados, que procurassem a felicidade num qualquer país estrangeiro, pois em Portugal não havia saídas profissionais, nem futuro para eles.

Se as palavras do até então anónimo secretário de estado, não tiveram qualquer consequência para o próprio, mantendo-se em funções, temos agora um novo episódio, mas agora com o protagonismo do maior responsável pelo destino do país, ficamos a saber que o Pedro é da opinião de que os professores sem trabalho devem sair do seu espaço de conforto (como se pudesse haver conforto no desemprego), e procurar no estrangeiro a saída profissional, apontando como destino os países lusófonos.

Vejamos se no episódio do secretário de estado, podíamos estar perante uma situação isolada, ou uma mera opinião pessoal, e apesar de não existir qualquer distanciamento do governo, as declarações de então apesar de graves não vinculariam o executivo a tal opinião, agora é o próprio chefe do governo que toma a iniciativa de apontar a emigração de profissionais altamente qualificados, como solução para combater o desemprego, convenhamos este é o tipo de afirmações que eleva a elegível a primeiro-ministro, qualquer badameco.

A opinião de Pedro, tem a particularidade de vincular todo o executivo, e vem tornar claro de que na perspectiva de quem nos desgoverna, este país não é definitivamente para pessoas qualificadas, pois ao contrário do êxodo verificado nos anos 30 e 40, em que milhares de portugueses com baixa qualificação profissional tiveram de procurar longe da sua pátria, aquilo que esta não lhe podia dar, agora são aqueles que detêm a melhor formação alcançada com elevados custos de investimento público que o governo exorta a sair, naquela que é mais uma das formas de alcançar o empobrecimento de uma nação anunciado e almejado pelo executivo.

Tivemos entretanto um conselho de ministros “informal”, onde supostamente foram discutidas reformas estruturais a aplicar em 2012, estranhamente nada foi tornado público acerca das mesmas, não por falta de oportunidade, pois os média estiveram presentes em força, naquilo que mais se assemelhou com uma operação de marketing, que visa promover a imagem dos membros do executivo junto da opinião pública, ao bom estilo do grande “Pinóquio”, como se para discutir fosse o que fosse, existisse necessidade de montar aquele circo, por falar em circo, ficaria melhor ao Pedro levar os seus ministros ao espectáculo do Victor Hugo Cardinal, no parque das nações, sempre havia a esperança do mágico fazê-los desaparecer, isso sim é que era noticia, uma óptima noticia aliás.

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