Ó Álvaro Vai Pró ....................

17-01-2012 22:20

 

Antes de mais quero pedir desde já desculpa pelo título que escolhi, mas francamente não me ocorreu nada mais indicado para dizer ao Álvaro.

Na realidade não estou surpreendido com o Álvaro, pois segundo palavras proferidas pelo próprio, não iria deixar pedra sobre pedra no que respeita á legislação laboral, e pelos vistos é homem de palavra, nem minimamente espantado com o teor do acordo alcançado no contexto da concertação social, o problema reside exactamente nestas duas palavras “concertação social”, ora bem para existir tal coisa será necessariamente obrigatória, existir cedências e ajustes entre ambas as partes, ou seja como em qualquer relação profissional ou pessoal um acordo pode ser melhor ou pior, mas implica que tenha uma quota parte de ambas as circunstâncias, ora bem aquilo que foi assinado pela UGT, em nada configura o que acabei de afirmar.

Aquilo que o João Proença assinou, é a capitulação inequívoca da sua central sindical, e eu estou pessoalmente á vontade para o afirmar, pois o sindicato em que estou filiado, faz parte da mesma, e não deixarei de demonstrar a minha indignação, como equacionarei em devido tempo se manterei a minha filiação. Não me revejo, nem imagino como poderá alguém rever-se em matérias tão penalizadoras, para os trabalhadores no seu contexto familiar, que o banco de horas a gerir unilateralmente pela entidade patronal irá provocar, será caso para perguntar o que fazer aos filhos nessas circunstâncias?

Como é que se pode assinar um acordo que prevê, o fim das horas extraordinárias pagas, o banco de horas serve exactamente para isso, como é que se pode assinar um acordo que reduz os dias de férias, e ainda delega unilateralmente o poder de decisão, a uma das partes sobre a utilização ou não de mais alguns dias de férias do trabalhador em pontes com feriados.

Como é possível uma central sindical alinhar em algo que transforma o subsídio de desemprego, num mero financiamento de baixos salários, ao permitir que o trabalhador continue a usufruir deste, acumulando o mesmo com um vencimento. Basicamente isto significa que a entidade patronal pode contratar alguém com um vencimento baixo, sendo este complementado pelos próprios descontos dos trabalhadores, engenhoso não?

Mas o que mais enoja, em todo este processo é continuarem a tentar confundir as pessoas, afirmando que este acordo visa tornar a economia portuguesa e as empresas mais competitivas. Tenham coragem para assumir que o que esta farsa traduz é pura e simplesmente tornar o custo do trabalho ainda mais barato do que na generalidade dos países europeus, se competitividade e produtividade estivessem directamente relacionadas com a prática de baixos salários e precariedade laboral, Portugal estaria entre os países com maior índice de crescimento europeu, será que ninguém com eles no sítio consegue dizer isto ao Álvaro.

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