Negro Maio

04-05-2013 14:09

 

Celebrou-se o 1º de maio, nos tempos que atravessamos este dia tem um significado que vai muito além de um mero feriado, ou pelo menos devia assim ser contextualizado, na realidade longe vão os tempos em que os desígnios deste dia, tal como agora estiveram ameaçados.

Infelizmente muitos de nós, não têm a lucidez nem o discernimento para concluir que se actualmente existe uma legislação laboral, que prevê um máximo de oito horas de trabalho diário, isso deve-se a muitos anos de lutas dos trabalhadores e não a um qualquer desígnio celestial, na realidade foi nas ruas de Chicago no ano de 1886, que o embrião deste dia teve a sua geração, desde ai até aos dias de hoje, muito suor, sangue e lágrimas foram vertidas.

Nos dias de hoje, muitos de nós damos por certos os direitos adquiridos, pelos quais nunca lutamos, este é o principal problema que aflige as novas gerações, sendo transversal a outras matérias e implicações na sociedade portuguesa, tudo o que obtemos de forma fácil e sem esforço, como não nos custou nada, logo não o valorizamos.

Esta circunstância tem um efeito pernicioso de afastar os jovens das lutas sindicais, o que em conjunto com a aplicação de politicas de acordo individuais de trabalho em detrimento dos colectivos, promove e acentua ainda mais essa tendência, no fundo tudo se conjuga de forma favorável, para a aplicação da ideologia deste governo, cuja doutrina tem como objectivo principal, destruir tudo o que foram as conquistas dos trabalhadores ao longo das décadas de democracia.

A favor dos senhores que nos desgovernam, joga também o medo instalado entre aqueles que ainda mantêm os seus postos de trabalho, levando a que muitos aceitem de animo leve os atropelos e violações dos seus direitos, é com total falta de vergonha que Passos e o conjunto de “salteadores” que o acompanham, continuam a chantagear os portugueses com um segundo resgate, ou até uma provável saída do euro, nas palavras deste novo aldrabão, tal facto seria um retrocesso enorme para Portugal e para os Portugueses, quando na realidade o que estes senhores têm feito é exactamente provocar a regressão das condições de vida dos portugueses á vinte anos atrás.

Por estes motivos e outros que se adivinham no horizonte próximo, é que este 1º de Maio foi provavelmente um dos mais marcantes dos últimos anos, tendo sobre si o espectro da eventualidade de deixar de fazer sentido a comemoração do mesmo, o Dia do Trabalhador deve ser mais que uma data, ou um mero feriado, este dia e o seu significado deve ser renovado e recriado por todos nós todos os dias, este é o legado que recebemos e que temos a obrigação de deixar às gerações futuras.

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