Malandros....

07-02-2012 20:20

“Um gajo a esforçar-se, a lamber aquele aborto da Merkel, a afagar os tintins do Sarkozi, e agora estes malandros querem carnavais, pá tou a ficar um bocado farto desta gentinha preguiçosa que não quer fazer nenhum”.

Isto é mais ou menos o que vai na cabeça do Pedro, que em abono da verdade se assemelha muito com umas águas furtadas, com pouca luz natural e mal arejada, imaginem-se a abrir uma sapateira congelada que apesar de estar repleta de caquinha, constatam que o cheiro da mesma indica que o seu prazo de consumo já foi á muito ultrapassado, é mais ou menos isto que se passa com o interior da cabecinha do vosso “querido líder”.

Para mim não está em questão o carnaval, não sequer sou adepto de tais folias, mas efectivamente nem tão pouco é isso que está em causa, para além de que estes episódios têm a virtude de tornar visível uma face oculta de Pedro, é notória a crispação roçando por vezes mesmo a irritação com que reage a determinados assuntos e questões, é lamentável a forma desabrida e pouco elegante a que se permitiu fazer comentários á índole dos seus compatriotas.

O que sentirão os milhares de portugueses com décadas de trabalho nos braços, vidas de sacrifício de esforço para se manterem á tona de água, ouvirem um rapazola que até aos trinta e poucos anos a única actividade que lhe é conhecida é a partidária, e que mesmo assim só se conseguiu formar aos 37 anos, (numa universidade privada), e a partir dai desempenhou cargos de administrador e presidente nas empresas do seu patrono Ângelo Correia, este é o retrato de o tal “homem (in) vulgar”, que chegou a primeiro-ministro com uma agenda ideológica legitima, que viu a mesma legitimada nas urnas, não lhe conferindo porém tal facto, o direito de ser sobranceiro e arrogante com os seus cidadãos, quem se julga Pedro, para vir dar lições aos que na vida nunca fizeram outra coisa que não seja trabalhar.

Tem este rapazola a arrogância de vir dizer aos portugueses que devem deixar de ser piegas, e preguiçosos, podemos não estar de acordo com determinadas opções politicas, podemos discordar das ideologias, mas nunca devemos focarmo-nos no aspecto pessoal, Pedro ao dirigir-se assim aos portugueses, na minha humilde opinião passou essa linha, no que a mim me diz respeito não me revejo nas suas criticas, mas não deixo de constatar que o vosso “querido líder”, faz-me lembrar aqueles meninos ricos que só deixavam os outros jogar á bola se fossem eles a ditar as regras do jogo, e quando tal não acontecia pegavam na bola e iam para casa fazer queixinhas á mamã.

O vosso “querido líder”, tem que perceber que o facto de Portugal, atravessar uma dos períodos mais complicados da sua história, não é justificação para que tudo o que até agora era válido e fazia sentido, deixar de o ser, Portugal tem uma história, as pessoas têm tradições, sendo estas as raízes que mantêm vivo o espírito de ser português, a menos que a intenção seja por um fim a este sentimento, não se compreende a extinção do feriado da implementação da república portuguesa, ou da restauração da independência, datas simbólicas de um povo e de uma nação.

Por mera coincidência ou não celebra-se hoje o 200º aniversário de Charles Dickens, escritor que viveu um período conturbado da história europeia, e cuja obra retrata uma realidade não muito distante da vivida hoje em que uma minoria próspera, á custa da miséria e dos sacrifícios de uma grande parte da população, talvez não fosse de mau tom alguém aconselhar ao Pedro a leitura de algumas destas obras, talvez assim soubesse dar mais valor aos sacrifícios alheios.

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