Low Cost

01-02-2013 19:44

 

Creio que num futuro mais próximo do que imaginamos, seremos confrontados com a disseminação de bens e prestação de serviços low cost ou baixo custo falando a língua lusa, é uma prática comercial já com largos anos que deu os primeiros passos na indústria da aviação, que á custa de salários controlados, uma exploração exaustiva dos meios e cumprindo á justa as regras impostas pelos reguladores do sector, granjeou adeptos incondicionais.

Infelizmente as dificuldades económicas, estão a ditar as suas regras e os agentes comercias numa tentativa de sobrevivência, apostam num nicho de mercado até agora virgem, e começaram a comercializar funerais; bolos rei; viagens; refeições, enfim basta, puxar pela imaginação e é reportagem televisiva certa no jornal da noite.

Confesso não, sei se por preconceito, se por mera desconfiança, o facto é que o baixo custo de determinados produtos, provoca-me apreensão e receio de que por detrás desse baixo custo, não poderá estar, no futuro um enorme custo.

É neste contexto que vejo com enorme perplexidade o propósito do governo, aprovado já pela maioria parlamentar em promover combustíveis a baixo custo.

A minha estupefacção está relacionada com o facto de até á data de hoje nenhum organismo regulador, nem ninguém ter vindo esclarecer em que contexto é que existe um controle efectivo da qualidade dos combustíveis comercializados com essa designação, se por um lado temos a DECO com os seus estudos, cujo valor científico é no entanto desconhecido, que diz não existir qualquer diferença nos combustíveis analisados, para além do seu custo, por outro lado temos os representantes da indústria automóvel com um discurso no mínimo pouco tranquilizador, com muitas reservas aos efeitos a longo prazo nos motores dos veículos.

A abordagem do governo a esta temática, não podia estar mais errada e os resultados da mesma ficarão aquém do desejado. Para começar seria necessário esclarecer a opinião pública da verdadeira condição dos tais combustíveis por aditivar e quais as reais consequências da falta dessa aditivação, desmitificada esta questão, legislaria no sentido de permitir a abertura de novos postos de abastecimento, deixando funcionar o mercado normalmente, mas não o que o governo decidiu fazer foi obrigar os postos existentes a disporem de uma “mangueira”, com este tipo de produto, deixando porém no decreto-lei uma serie de ressalvas, que na pratica permitirá que a esmagadora maioria dos postos existentes não a apliquem, ou seja basicamente tudo ficará na mesma, a APETRO (Petrogal) continuará com monopólio da refinação, e a ditar o preço base, os distribuidores combinam entre si o preço final, e o cidadão continua com as mesmíssimas dúvidas em relação aos combustíveis low cost.

Provavelmente este desfecho é a razão pela qual o governo esteve praticamente um ano para legislar sobre esta matéria, houve certamente muita ponderação….E a montanha pariu um rato. 

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