Jet Lag

14-01-2013 20:05

 

Hoje dei por mim a divagar naquilo que tem sido a nossa realidade nos últimos 36 meses, sinto-me estranhamente deslocado, como se em vez de três anos, fosse uma ou duas décadas que entretanto tivessem decorrido.
Presumo que tal facto ficará a dever-se ao turbilhão de acontecimentos, com que quase diariamente somos confrontados, tentem fazer o exercício de enumerar o número de medidas tomadas desde que “rebentou” a crise económica e compreenderão o que digo, parece mesmo um sonho (pesadelo).
Na realidade para a maioria dos portugueses, a vida tal como a concebiam pura e simplesmente ruiu, aquilo que era verdade ontem, hoje é falso, os valores assumidos ontem, são sem qualquer pudor alterados no dia de amanhã, de acordo com quem nos desgoverna as reformas auferidas hoje não correspondem aos descontos feitos há anos, apesar de serem os que foram exigidos aos reformados de agora. Naquilo que destrói a vida a milhares de famílias, enquanto empobrece e precariza a vida de outras tantas, Pedro vê a aplicação prática de uma ideologia que idealiza uma sociedade, onde o estado social como o conhecemos não tem lugar, em que a regra vai ser cada um por si, enquanto se ensaia uma espécie de protecção social, que já vai dando os primeiros passos com o ministro das scooters.
Porventura alguém consegue dizer num ápice, em que PEC é que nós vamos, quantas temporadas desta “serie” é que já decorreram entretanto, e quantas ainda irão ser realizadas? O facto é que estamos em tempos em que vale tudo, em que se fala na poupança do estado em  milhões de euros com o despedimentos de milhares de pessoas, como se não fossem as pessoas a verdadeira razão para a existência do estado, é esta inversão dos valores em que o que importa é o capital em detrimento das pessoas.
A verdadeira miséria humana é esta linha ideológica. 
Quando ainda não se sabe quais os novos escalões de IRS e a percentagem dos mesmos, não fazendo a maioria dos portugueses a mais pálida ideia do que lhes vai cair em cima, eis que é lançado para a discussão publica de forma cobarde e encapotada, um documento supostamente elaborado, por uns dos nossos usurários, com mais uma serie de medidas apontadas como “absolutamente necessárias”, cuja aplicação resultaria no desmantelamento final do estado social e a aplicação em pleno do caos e miséria social. 
O ultimo paragrafo é elucidativo daquilo que afirmei ao inicio, ainda temos um orçamento “preso por arames”, que todos assumem como inexequível, a aguardar parecer sobre a constitucionalidade do seu conteúdo, e espanto dos espantos, “cai” na redacção de um jornal um “estudo Técnico” do FMI, com os pormenores da tal refundação do estado apregoada pelo Pedro, convenhamos de “falta de produtividade”, não podemos acusar estes senhores antes pudéssemos.
Exemplo disto é a mediática gravidez da ministra Cristas, apesar do imenso ministério que tem a seu cargo, ainda vai arranjando tempo para engravidar, obviamente que a minha referência a este facto, do foro totalmente privado, só acontece porque o mesmo foi tornado público, provavelmente a fonte será a mesma que fez chegar o tal estudo do FMI á imprensa.
 
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