Geppetto

25-03-2013 12:00

 

  Finalmente chegamos ao culminar daquilo que podemos considerar o supra sumo do comentário político atrevia-me mesmo a caracteriza-lo como o mais sensacional dos números televisivos dos últimos tempos.

Como já devem ter percebido, estou-me a referir ao facto do momento, a ida do “Pinóquio”, para a RTP, como comentador politico. Desde já o meu elogio para a “televisão pública”, e para os seus dirigentes, pela sagacidade e perspicácia do convite ao ex-primeiro-ministro.

Apesar de toda a polémica que o assunto tem levantado, devidamente assinalada com os abaixo assinados contra e também a favor, dividindo assim a sociedade, creio que ninguém deixará de ver o programa, o que á partida revelará bons índices de audiência e logo uma aposta ganha pela RTP.

Pessoalmente mais do que o comentário político á atualidade, gostaria de ouvir da boca do comentador o esclarecimento cabal de factos que já fazem parte do passado, mas que nunca foram esclarecidos, por exemplo a relação com o “inquilino de belém”, a questão da  quebra da "solidariedade institucional", entre outras, são matérias que gostaria de ver abordadas e esclarecidas.

Quando digo que me interessa pouco o comentário à atualidade que vivemos, coloco o “Pinóquio”, ao mesmo nível dos outros comentadores da nossa praça, tanto no facciosismo do comentário, como na falta de ética como na demagogia ao praticá-lo, vou sentir exactamente o mesmo que já sinto ao ouvir um Marcelo Rebelo de Sousa; Marques Mendes; entre muitos outros com enormes responsabilidades naquilo que é o nosso país hoje.

Gostaria sim, era de ver Sócrates e todos os outros comentadores políticos, serem confrontados com as suas decisões, explicarem o porquê das suas opções enquanto dirigentes de cargos públicos, e neste aspecto julgo estar acompanhado pela esmagadora maioria dos portugueses. Pessoalmente não considero o “Pinóquio”, nem melhor nem pior do que todos os outros que nos últimos trinta anos governaram em prol do interesse de grupos económicos em benefício de uma minoria em detrimento dos interesses da maioria dos portugueses.

Os que se esforçam até á exaustão para associarem o resgate a que fomos sujeitos e subsequente plano de ajustamento que resultou na austeridade que vivemos, á imagem do “Pinóquio”, das duas uma ou são politicamente desonestos, ou completamente radicais, sem duvida que na “era socialista”, cometeram-se erros, governou-se a favor de interesses que agora se constata prejudicam o país, mas digam-me um só governo, onde isto não tenha acontecido? Vejamos a fraude do BPN, criada num governo PSD, e onde pontuam a maioria dos responsáveis governativos à data, nem o mais alto magistrado da república da atualidade terá resistido à tentação de acrescentar ao seu pecúlio uns euro zitos.

Meus amigos, não fosse a crise que afeta e continuará por muitos anos a afetar a Europa, ainda teríamos como primeiro-ministro, o “Pinóquio”, quem não tiver a capacidade de ver esta realidade, é porque não quer, e “o pior cego é aquele que não quer ver”.

Não sou refém de qualquer militância partidária, nem auguro qualquer carreira politica, nem tão pouco um “lugarzinho” ou cargo por muito modesto que seja, tal facto não me inibe porém de deter uma orientação politica, consequente com a minha consciência social, na realidade a cegueira politica que afeta alguns, só encontra paralelo na mudez a que se vetaram, estranho que não os preocupe o experimentalismo do Euro grupo  com os resultados que estão à vista, não se indignem com a obediência cega e a vassalagem cobarde do Passos Coelho, aos senhores da europa, que se mantenham indiferentes à frieza e incompetência do Gaspar, ou ao puro calculismo politico revelado por Portas, a tudo isto mantêm-se mudos e quedos, porém o simples facto do “Pinóquio” vir a aumentar o número de “fazedores de opinião”, é suficiente para os acordar da letargia em que estavam mergulhados, num sono de quase dois anos, período em que viram as suas vidas alteradas significativamente para pior.

Sócrates como comentador na RTP é apenas um facto, um facto menor desta narrativa errónea que tem sido a história politica de Portugal nos últimos trinta anos.

 

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