De Silva em Silva
Floresta, selva, bosque ou “mulher da selva”, são vários os significados para o nome Silva, confesso a minha desilusão ao efectuar esta simples pesquisa esperava encontrar como resultado algo mais engraçado ou pelo menos mais espirituoso, infelizmente existem nomes que assentam que nem uma luva a quem os detém.
Na realidade reportando os significados obtidos à personagem em que estou a pensar, não podia ser mais acertada a caracterização, tal como as florestas ou bosques densos também o “meu” Silva tem como assinatura a frieza e a obscuridade e deixa um rasto de total desprendimento e insensibilidade em relação ao que o rodeia, onde a palavra de ordem tem sido a lei da selva.
O discurso do dia de Portugal, é o exemplo acabado do que afirmo, de acordo com a criatura apesar dos enormes sacrifícios impostos aos Portugueses, não existem ainda sinais de desestruturação da sociedade, como se o desemprego a caminho dos 20%, e o desemprego jovem já acima dos 40%, não fossem só por si motivo para que esse fenómeno fosse já efectivo, com a agravante de a médio longo prazo vir ainda a ter efeitos mais dramáticos, para o senhor Silva o número crescente de famílias a viverem perto ou para lá do limiar da pobreza é algo de colateral, o cada vez maior número de casos reportados pelas direcções das escolas de crianças subalimentadas e com fome, não é só por si motivo para se falar de desestruturação na sociedade Portuguesa, para o senhor silva são um mal menor, apenas os meios necessários para obter determinados fins.
Será justo esclarecer que nunca tive em grande conta o senhor Silva, esta falta de apreço ou pouca estima pelo ilustre remonta aos dias em que o mesmo ruminava que nunca se enganava e raramente tinha dúvidas, decorriam então os tempos em que o sector primário estava já praticamente todo hipotecado á custa, das centenas de milhares de euros que há data entravam aos rodos nos bolsos da clientela política do então salivante e devorador de bolo-rei, primeiro-ministro, percebendo-se nos dias que correm a dimensão da corrupção e conluio daqueles tempos de "vacas gordas", cujo expoente máximo será provavelmente o maior escândalo da historia portuguesa, chamado BPN.
Não deixa de ser curiosa até mesmo patética a tentativa vã, de se desmarcar daquilo que foi a sua imagem de marca, a destruição da produção agrícola e das pescas nacionais, este comportamento é tão inadequado que não fosse a gravidade do assunto, assumiria até contornos de sentimentos de pena, de tão patética postura.
Devemos porém reconhecer a coerência com que este senhor tem construído a sua carreira politica, só mesmo alguém muito distraído é que podia almejar um Silva presidente, diferente do Silva primeiro-ministro, estamos a falar de um politico que nunca arriscou nada, quando foi a jogo foi sempre pela certa, exceptuando o percalço da derrota com Jorge Sampaio, onde os cálculos lhe saíram errados, provavelmente devido ao facto de ainda estar muito fresca na memória dos eleitores, outros cartões-de-visita do Silva primeiro-ministro tais como os episódios dos “policias secos e molhados”, ou os levantamentos populares na ponte 25 Abril, aliás até a capacidade inata de promover este tipo de “contestação”, continua bem viva no senhor Silva, ou não fosse o único presidente apupado até no dia de Portugal, este facto por si só diz muito do que esperam os Portugueses deste Silva.