Compro o que é nosso

13-01-2012 10:58

Ontem decorreu mais uma conferência no âmbito do “Made in Portugal”, que como todos sabem é uma corrente que procura incentivar os portugueses a adquirirem produtos nacionais, sobre a batuta da Associação Empresarial portuguesa, e cujo slogan e imagem é “O compro o que é nosso”.

Nada tenho a apontar á campanha em questão, creio até que a mesma é de extrema importância, no que concerne a alguns dos objectivos a que se propõe, tais como mobilizar os empresários em serem mais competitivos nos preços e qualidade dos produtos, e dessa forma mobilizarem os consumidores a preferirem produtos nacionais, com todos os benefícios económicos e sociais que tal comportamento terá para o nosso país.

É certo que quando as pessoas passam dificuldades, vão não só comprar o essencial, como se focalizam no preço mais barato, e infelizmente como todos nós já tivemos oportunidade de verificar, nos grandes distribuidores nem sempre o que é nacional está disponível, e quando está nem sempre é aos melhores preços, e não se pode pedir a uma família que para efeitos de patriotismo, gaste mais num quilo de maçãs nacionais, do que despenderá no mesmo quilo importado do Chile ou de outro qualquer destino, a titulo exemplificativo do que afirmo, temos o episódio de hoje da apreensão de cerca de 240 mil litros de leite de leite de origem espanhola, verificada nos dois maiores distribuidores nacionais, nada conduncente com a protecção ao que é nacional, muito pelo contrário tais práticas por parte das grandes cadeias de distribuição, provocam a falência dos nossos produtores.

Esta exigência é ainda mais ilegítima, quando recentemente um grande distribuidor, defendendo os seus mais legítimos direitos, borrifou-se no patriotismo e deslocou a sua fiscalidade para a Holanda.

Outra circunstância estranha são os convidados a intervirem nestas conferências, bem como as mensagens que transmitem, como é que é possível promover o que é nosso quando temos como figuras destacadas o Pedro e o empreendedor Álvaro Santos. O primeiro aproveitou o espaço e o tempo que deveria servir para apresentar ideias e propostas no sentido de promover o que se produz em Portugal, com o triste espectáculo de tentar esclarecer ou justificar a injustificável, nomeação de certas pessoas para certos lugares, no mais puro exercício de clientelismo político ou partidário, que em tempos idos condenou e garantiu que quando fosse poder não incorreria.

Já o Álvaro deu-nos mais daquilo a que nos vai habituando, ou seja nada. Na realidade o ministro da economia é uma mente brilhante, de invulgar visão detentor de sábia inteligência, tendo sido o único português pelo menos desde o inicio do século XIX, a ter a ideia de internacionalizar o pastel de nata, fazendo um franchising do mesmo e globalizando a sua venda, permitindo assim a Portugal equilibrar a sua balança comercial.

Não há duvida o Álvaro é um doce, já tínhamos os charters de chineses a viajarem para Portugal, (dessa vez Álvaro estava distraído e essa escapou-lhe), agora temos os porta contentores carregadinhos de pasteis de nata por esse mundo fora, o que mais nos reservará aquela cabecinha iluminada, talvez take away de “coelho á caçador” em exclusivo para exportação.

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