Cinco Vezes Cem

12-10-2013 13:27

Recordam-se de um caso denominado por “quinhentinhos”, tal situação remete-nos para os anos 90, mais concretamente Junho de 1993, e tem como trama principal a única situação provada até aos dias de hoje de corrupção desportiva com pena efectiva para um dos seus agentes, no caso concreto o árbitro José Guimaro, condenado a 15 meses de prisão.

Nos dias que correm os “quinhentinhos”, voltam a estar na ordem do dia sendo certo que a analogia traçada começa e termina na designação, hoje quando se fala da geração dos quinhentos referimo-nos a um vasto conjunto de jovens com formação superior, que ou emigram levando com eles o esforço e o custo de todos nós na sua formação, ou ficam por cá a engrossar as percentagens do desemprego, espreitando a possibilidade de se candidatarem a um dos empregos remunerados com os tais quinhentos euros.

Obviamente que existem aqueles que alegam, que mais vale receber os tais quinhentos euros do que não receberem nada, esta linha de raciocínio que assenta num conformismo “masoquista” inexplicável, permite que certos “empresários”, recrutem para as suas fileiras jovens licenciados e outros já com experiência a preços de “saldos”.

Infelizmente volta a fazer parte do nosso quotidiano, situações de activos humanos que mentem ou omitem as verdadeiras qualificações para assim poderem obter determinados trabalhos, como se o facto de terem estudado fosse motivo de vergonha.

É este o país em que se está a transformar Portugal, esta situação é um dos resultados do enfoque da politica do Pedro e dos seus pares, o caminho escolhido passa pelo empobrecimento dos portugueses, ora por via do espolio fiscal, ou seguindo a linha de baixar os salários, estas medidas são tidas como absolutamente necessárias e encaradas com naturalidade pelos “empresários” na nossa praça, de acordo com o presidente da AIP o grande obstáculo ao desenvolvimento económico, são a legislação do trabalho e o tribunal constitucional, citando as suas palavras “uma constituição de não permite os despedimentos, mas impede a falência das empresas, tem que ser alterada”, convenhamos é assustador que quem alguém que representa os industriais, tenha uma visão tão redutora e hipócrita dos desígnios económicos do nosso país, onde os vencimentos pagos são dos mais baixos da comunidade económica europeia, e as leis laborais não são qualquer entrave ao desenvolvimento económico, muito pelo contrário as ultimas alterações ocorridas nestas matérias colocaram-nos na vanguarda da europa.

Aliás é só nos aspectos mais negativos, que Portugal está entre os primeiros da Europa, para além de masoquistas, somos verdadeiramente vanguardistas em tudo o que é mais penalizante, somos os que temos os vencimentos mais baixos da média europeia, as reformas mais baixas, (mas mesmo assim com margem para roubos), somos os que trabalhamos mais horas diárias, bem como suportamos uma das maiores cargas fiscais de toda a europa comunitária, sendo tudo isto aos olhos de alguns ainda coisa pouca, existindo ainda margem para “melhorar” a qualidade de vida dos Portugueses.

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