A Mentira.

17-05-2014 00:07

Hoje dia 17 de Maio, Pedro e os seus pares “organizaram” um concelho de ministros “especial”, para assinalar teóricamente o fim do resgate a que fomos sujeitos nos últimos três anos.

Desta forma pretendem festejar, o fim de uma mentira, não que as sevicias a que estivemos e continuaremos sujeitos, não sejam bem verdadeiras e se traduzam na falência de grande parte do tecido económico, com o inevitável arrastamento para a miséria e pobreza de inúmeras famílias, essas são as consequências reais e verdadeiras resultantes do embuste que nos foi imposto no ano de 2011.

Na realidade a forma como saímos do programa de ajustamento, não traduz de forma clara e objectiva o alcance dos pressupostos almejados, muito pelo contrário a tão propalada saída “limpa”, que tanta euforia tem provocado na hoste dos dolosos membros do governo é fruto de meros condicionalismos estruturais relacionados com opções e garantias do BCE, resultantes de liquidez de capitais, que resulta num abaixamento das taxas de juro, não só sobre a divida Portuguesa, mas da generalidade dos países intervencionados, até imagine-se da própria Grécia.

Mas recuemos até ao ano de 2011 e comparemos a realidade de então com a actual, por exemplo a divida publica de cerca de 90% do PIB, então oportunamente referenciada pelo Sr. Silva, como insustentável e comtemplemos os actuais 138%, atentemos nas percentagens de desemprego de então e as actuais e qualquer pessoa minimamente inteligente com dois dedinhos de testa, sentirá um imenso prurido ao ouvir falar em “saída limpa”.

Resta aos pulhas em que muitos de vós votaram, o regozijo do défice dentro dos valores entretanto ajustados pelos nossos usurários, aliás uma prática recorrente ao longo destes penosos anos, se tivermos o discernimento de que estes resultados foram alcançados exclusivamente á custa de uma enorme carga fiscal e a menos que esta se mantenha, rapidamente a situação descambará, para valores iguais ou superiores aos verificados em 2011, situação agravada pela destruição massiva da economia e do tecido produtivo.

Estamos assim passados três anos, exactamente nas mesmas circunstâncias, totalmente dependentes dos humores dos mercados ou do apetite dos nossos “credores”, isto independentemente das sobretaxas de IRS, do escândalo da incidência da taxa do IVA ser exactamente a mesma, quer estejamos a falar de uma sopa ou de um diamante, ou do roubo das pensões aos reformados.

Estes são factos, perante os quais dificilmente haverá argumentos, nem tão pouco se trata de uma questão de esquerda ou direita, aliás é transversal a todas as correntes de pensamento que o programa aplicado foi totalmente inadequado, e teve consequências deveras gravosas para Portugal que perdurarão por muitos longos anos, onde os interesses dos Bancos foram a primeira e única prioridade dos responsáveis europeus totalmente dependentes do capitalismo que tomou conta dos poderes decisórios, mas se estes senhores falharam com os compromissos que uma união europeia pressuponha, já a postura dos pulhas que nos representam é inqualificável, a sua postura subserviente só é comparável ao colaboracionismo prestado pelos franceses aos nazis, e na minha humilde opinião não existe qualquer motivo para festejos quando hipotecamos o futuro do País e dos nossos filhos.

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