À lei da Prata

21-01-2016 19:25

Novos tempos velhos costumes, aliás talvez nos devamos interrogar se os tempos que vivemos serão tão novos como parecem.

Não, por acaso não estou a falar das reposições a “granel” que o actual governo está a efectuar, até que para além de justas a esmagadora maioria só pecam por serem tardias, estranho mesmo é verificar que a reboque das mesmas, venha alguém advogar que o chumbo do constitucional ás subvenções vitalícias dos ilustres representantes do povo, é de elementar justiça, pois os deputados são na sua essência iguais aos demais cidadãos.

Foram estes ou algo parecido os argumentos de uma anónima deputada da nação, na realidade não conheço a senhora , nunca a vi mais gorda, não tenho conhecimento algum do seu trabalho, nem sequer se desempenhou algo digno desse nome enquanto digníssima representante do povo, sou honesto nem tão pouco fixei o nome da cinzenta criatura, e obviamente para além do facto de não poder estar mais em desacordo, com as suas abjectas justificações, nada me move contra a senhora, mas o que alega ser um direito, trata-se na realidade de um privilégio entre muitas outros enraizadas na classe.

Mas para além da obscenidade de toda esta situação, verdadeiramente lamentável é a falta de decoro dos signatários da solicitação enviada ao TC, agiram de forma totalmente corporativista solicitando a fiscalização preventiva de uma proposta de lei em que os próprios eram directamente parte interessada, ao contrário do que afirmou a ilustre deputada, o simples acto em si, coloca os ilustres parlamentares num nível fora do alcance do cidadão comum que não tem acesso  directo ao tribunal constitucional, para resolução dos seus problemas pessoais,( não haverá aqui algo de inconstitucional).

Não deixa de ser curioso que a esmagadora maioria dos parlamentares, aparentemente não tem opinião, ou estará pouco interessada em manifestá-la, muito provavelmente por se tratar de uma matéria transversalmente incómoda, principalmente para os denominados partidos dos arco da governação.

 Para os críticos dos juízes do TC, está criada um excelente oportunidade para alterar a lei e tornar exequível a pretensão agora chumbada, será sempre um bom principio para corrigir outras (des)igualdades, e assim efectuar a verdadeira reforma do estado, não aquela que tem como alvo os trabalhadores e os seus direitos, nem a da austeridade cega com  cortes no serviço nacional de saúde com a consequente perca de vidas por falta de assistência clinica aos fim de semana,  é necessária a reforma do estado que conclua que existe mais vida para além dos faqueiros de prata, das mordomias das viaturas topo gama com motorista, dos gabinetes luxuosamente decorados, caso contrário continuaremos como alguém afirmou correctamente, mas pelos motivos errados a viver acima das nossas possibilidades e a olhar para os politicos como alguém que abraça a politica com o intuito de se servirem e não servir o País.

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