Vamos Todos Fazer Meninos

16-07-2014 16:52

Desde há algum tempo, que tenho feito um esforço contido no sentido de me abster em produzir comentário ou opinião alguma, sobre a governação ou desgovernação deste cantinho á beira-mar plantado.

Mas como em tudo na vida existem limites, e este estudo acerca da natalidade encomendado pelo PSD, foi a gota que fez transbordar o copo, não que no fundo seja algo mais do que aquilo a que estes senhores já nos foram habituando ao longo destes penosos anos, muita conversa, muita preocupação, mas algo de concreto isso só mesmo no capítulo do esbulho verificado ao nível dos impostos.

Não podia porém estar mais de acordo com a necessidade de reverter a calamidade do decréscimo de nascimentos, sem duvida que este é um dos maiores desafios a enfrentar no futuro pelo nosso país, mas tenham paciência ou melhor tenham alguma vergonha e deixem-se de hipocrisias, é obvio que estes discursos soam bem, são efusivamente aplaudidos, sociavelmente polidos e próximo de ano de eleições tem o mesmo efeito que a merda em moscas.

Dito isto passemos ao concreto, quem são estes senhores para virem agora advogar medidas, não são os mesmos para quem as famílias sempre estiveram em 2º plano, não foram estes senhores que deram primazia ao capital, fomentaram a destruição de postos de trabalho, precarizaram o mercado de trabalho, não são estes senhores que consideram o aumento do ordenado mínimo, um entrave ao desenvolvimento económico, não é o mesmo FDP que agora ostenta esta bandeira aquele que coagiu os jovens a emigrar, o mesmo que defendeu que os portugueses viviam acima das suas possibilidades e defendeu e fomentou o empobrecimento dos seus concidadãos, em prol de um propalado desenvolvimento económico, que só serviu para duplicar as já grandes fortunas que existiam antes da crise.

Estes são os “senhores” que praticamente já alcançaram a tal revolução na sociedade portuguesa a que se propunham no início da legislatura, a tal que não iria deixar pedra sobre pedra.

Basta uma breve leitura às medidas anunciadas, para rapidamente percebermos que estamos perante mais um embuste, “licenças parentais de um ano remuneradas a 100%”; “isenção de TSU para empresas que contratem grávidas”; “dedução à Coleta das despesas de saúde e educação que os avós tenham com os netos”; “ IMI reduzido em função do número de filhos”; “ criação de taxas familiares de água resíduos e saneamento”, estes são alguns exemplos das medidas que constam no tal estudo, obviamente que aplicação de muitas delas iria facilitar a vida a milhares de famílias, mas isso resolveria o problema da natalidade? E aonde vão buscar o dinheiro?

Será que os poucos jovens que restam em Portugal, vão juntar os trapinhos e desatar a fazer filhos, para terem descontos no IRS, ou IMI mais amigável, ou uma taxa de esgoto mais suave, não me parece, em primeiro lugar há que fomentar a criação de postos de trabalho, dar às pessoas as condições necessárias para constituírem e manterem um lar, e dar-lhes perspectiva de um futuro em que seja sensato e racional trazer descendência ao mundo, o que não é o caso do momento que vivemos atualmente.

 

Estou no entanto totalmente solidário com o repto lançado pelo FDP em que muitos de vós votaram, apesar de julgar já ter contribuído para o fomento da espécie humana, estou mais uma vez disponível para ajudar o meu país a ultrapassar mais esta crise.

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