Pintriota

09-11-2013 14:14

Existe um facto que me tem causado um descómodo com laivos de incompreensão, por muito que me esforce não consigo perspectivar qual a razão pela qual os membros do gang que nos desgovernam, ostentam na lapela dos seus trajes o pin com a bandeira do meu país.

Este exibicionismo em tal gente, roça um pavoneamento pornográfico, e pode dar azo a várias leituras, podemos estar perante um acto puro de mera provocação, ou podem estes pulhas estar convictos de que são uns verdadeiros patriotas.

Espero francamente que seja a primeira hipótese, aquela que os leva a promover esta exposição, pois caso seja a segunda então meus amigos estamos perante um verdadeiro devaneio colectivo.

Na realidade a obscenidade de usar tal artefacto, por parte desta gente só tem paridade com palavras como patriotismo na sua boca, não falo daquele patriotismo ufanista, que quando cultivado de forma exacerbada resulta num nacionalismo doentio e irracional, o patriotismo de que falo é aquele que supostamente devia ter preocupações sociais com os cidadãos desta nação, que devia preservar os mais desprotegidos e vulneráveis.

Infelizmente o que estes alarves tem feito é exactamente o contrário, sob a capa de um memorando de resgate, alterado já vezes sem conta (não sei a quantos pec´s corresponderiam as alterações sofridas), desmantelam a economia fomentando o desemprego, aliás é nesta palavra que reside o facto em que fundamento a minha opinião de que estes “senhores” são tudo e qualquer coisa, mas de patriotas é que não têm nada, muito pelo contrário.

Vejamos é a manutenção da taxa de desemprego alta o maior aliado, para quem tem como principal objectivo baixar os custos da mão-de-obra e consequente empobrecimento dos seus cidadãos, isto ao mesmo tempo que se perseveram os lucros dos bancos alemães, com as negociatas das PPP e Swaps.

Outras palavras muito em voga são o protectorado e a soberania, esta linguagem ganha um relevo enfático na boca no irrevogável vice, sendo-lhe uma matéria muito cara, e como bom actor dramático transforma algo simples num grande melodrama. As questões do protectorado e da soberania são falsos argumentos, no dia em que anuímos fazer parte da união europeia, abdicamos imediatamente de parte da nossa soberania económica.

Portas quando fala em vermo-nos livres do protectorado em Junho do próximo ano, mente com os dentes todos, ele sabe melhor que ninguém que tal facto é uma mera ilusão e que vamos continuar, como sempre estivemos mesmo antes da assinatura do memorando, nas mãos dos “investidores” (especuladores internacionais),a diferença é que nos tempos que correm ao abrigo de atingirmos um suposto défice, todas as medidas que nos sejam impostas por esses “investidores”, são a lei por que se regulam estes páreas de pin à lapela.

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