Paternalismos da Treta

09-08-2011 17:20

 

 

Ao que parece o politico profissional, sempre foi de férias, aliás está-se a tornar uma constante o facto do “homem invulgar”, dizer uma coisa e fazer exactamente o contrário daquilo que diz.

Neste aspecto como noutros é na realidade muito pouco o que o distingue do seu antecessor, pelo que não se percebe onde está a invulgaridade que alguns lhe atribuem.

A menos que esta seja pelo facto de que apenas com menos de dois meses de “casa”, já se sinta no direito de ter férias, tal facto não deixa de ser invulgar se atendermos a que qualquer trabalhador que tenha iniciado a sua actividade laboral na mesma data que a invulgar criatura, só teria direito a gozar dois dias e meio por cada mês de trabalho, (caso não se trate de um trabalhador precário, pois nesse caso nem teria direito a férias) ou seja qualquer coisa como três dias e uns pintelhos.

E como se não fosse já suficiente a invulgaridade de tais factos, a invulgar personagem dedicou aos camelos em geral e aos otários que votaram nele em particular, uma paternal mensagem no facebook .

O teor da mensagem além de um conjunto de palavras vãs e fúteis, também teve a vulgaridade de ser bastante semelhante a outras do Pinóquio, tanto nas expressões como nas próprias palavras utilizadas.

É também evidente a rendição sofrida às evidências da instabilidade dos mercados, considerando estes últimos a razão fundamental para a crise que vamos atravessar nos próximos anos.

Já o seu antecessor fizera o mesmo, ao mesmo tempo que o agora “homem invulgar” afirmava convicto que os portugueses não poderiam aguentar tanta austeridade (pec 4), agora ainda pretende ir mais longe do que as medidas impostas pela troika.

Mas onde é mais evidente o plágio das afirmações do Pinóquio, é na seguinte frase “Somos um povo de vencedores que nos agigantamos perante as maiores adversidades. Este é o momento! E constato com orgulho uma reacção nobre, realista e empenhada da generalidade da nossa sociedade”, basicamente estas mesmas palavras já haviam sido proferidas pelo então, Primeiro-ministro.

Confesso que o conteúdo da mensagem em nada me surpreende, já a forma é francamente um estilo que me enoja, e mais uma vez cheira a tempos que felizmente não vivi, fazem-me lembrar aquelas conversas em família do saudoso (para muitos) Marcelo Caetano, com os seus miseráveis paternalismos.

Tal como o estilo de mensagem de pascoa com a família presente é absolutamente invulgar, e de um falso cristianismo lamentável.

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