Los Miró...nes

09-02-2014 22:03

Existe em Portugal um estado de espirito negativo em relação a toda e qualquer medida ou decisão tomada, por exemplo a protecção civil alerta para o mau tempo e desaconselha passeios à beira mar, e o pessoal o que faz? Romarias a ver a agitação marítima é qualquer coisa que nos está no sangue.

Com o nosso incansável primeiro-ministro e o seu empreendedor executivo é exactamente a mesmíssima coisa, o promissor jovem esforça-se e o que obtém em troca é uma manifesta má vontade e uma total incompreensão. Senão vejamos, num ápice toda a gente se transformou em conceituados especialistas de arte surrealista e vai de atirar bitaites para o ar, será que esta gentinha não entende, que as vacinas para a gripe e o ase escolar, são para o Pedro muitíssimo mais importantes do que uns rabiscos coloridos.

Para além dos euro zitos, a encaixar o tal negócio de chave na mão, serviria também para criar de futuro uma plataforma que permitiria ao “estado” do Pedro, colocar nos leilões internacionais o resultado de outras apreensões judiciais, imaginem a janela de oportunidades que se abriria com o leilão dos estupefacientes aprendidos anualmente pelas autoridades que podíamos facilmente colocar em qualquer parte do mundo, onde detivéssemos correio diplomático, imaginem só a quantidade de vacinas para a gripe que o Pedro comprava.

Na realidade nunca tivemos um governo tão empreendedor, outra coisa não seria aliás expectável de alguém que fez do empreendedorismo uma bandeira, e nada melhor do que dar o exemplo, dai a organizar uma venda rifas foi um passo, aliás á boa maneira portuguesa, quando se necessita de dinheiro para viagens de finalistas o que se faz? Rifas obviamente.

Até aqui nada de novo, até porque é sabido que a venda das rifas vai resultar bem, resulta sempre e ainda existe a hipótese de sair á casa, o aspecto sério da coisa é que fica indelevelmente na história como a data em que eticamente o significado de ser nosso dever contribuirmos todos com os nossos impostos para o bem comum é um conceito que morreu.

Este sorteio de viaturas de gama alta, para além do efeito pernicioso já referido, levanta outras questões não menos relevantes, não será em si mesmo a oferta de tais viaturas, um apelo ao consumo, algo que o Pedro sempre apontou como causa da crise, ou será que já voltou o tempo dos portugueses voltarem a viver acima das suas possibilidades?

Obviamente que já estava a deixar-me contagiar, pelo tal espirito negativista á que ver os aspectos positivos da coisa, para além do inexorável aumento receitas, existe o aspecto da democratização da situação, um gajo pode não ter trabalho, ter prestações da casa em divida, a luz cortada por falta de pagamento, mas tem um popó gama elevada á porta de casa (caso ainda tenha casa), outro aspecto que também traduz o elevado conceito de justiça social é o aspecto de que quem fizer as compras de valor mais elevado terá um maior número de cupões para o sorteio, o que coloca no mesmo patamar todas as classes sociais.

Outra forma de empreendedorismo deste governo é o turismo hospitalar, que permite usufruir de passeios de ambulância de largos quilómetros de distância do norte ao sul do país, mais uma vez junta-se o útil ao prático, para além da ajuda á retoma do consumo de combustível, dá-se algum uso às auto-estradas e ajuda-se as concessionárias, para além de que não deixa de ser uma experiência única para os doentes, que assim ficam a conhecer melhor o país real.

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