Este País não é para Velhos

05-01-2014 15:58

Avançado em idade; obsoleto; antigo; muito usado; ancião; arcaico; pretérito; acabado; desgastado; surrado; anacrónico; desactualizado; ultrapassado.

Entre adjectivos, substantivos, são imensas as formas de nos referirmos a quem já viveu inúmeras primaveras e está nos últimos anos da sua existência, falo como é óbvio de pessoas, pessoas que são os vossos país, avós, amigos ou simplesmente vossos vizinhos, na sua maioria gente que levou uma vida de trabalho, habituada a viver com pouco.

Tenho-me apercebido que para além de todos os efeitos nefastos das opções politicas adoptadas, existe um facto que me tem provocado alguma perplexidade, estou a referir-me á orfandade politica em que grande parte da população idosa em Portugal está a cair, baseio-me no simples facto de que o alvo escolhido sejam mais uma vez os reformados e as suas reformas, tendo em conta que estes eram até agora, na sua esmagadora maioria apoiantes dos partidos que compõem a coligação, imagino a frustração sentida por muitos destes cidadãos, ao passarem de apoiantes convictos de um conservadorismo empedernido, a alvos a abater nesta “revolução liberal”.

Diz o povo que em “casa onde não há pão, todos ralham e ninguém tem razão”, mas nem sequer é esse o caso, tenho a teoria de que a sanha que move o Pedro e o seu gangue, contra os reformados, é uma mera estratégia de sacar alguns cobres de onde lhe possam advir as consequências menos adversas, infelizmente a maioria dos idosos manifesta o seu desapontamento não só contra Pedro, mas inclui no seu descrédito toda a classe politica, logo não fazem a mínima intenção de votar nas próximas eleições, o que à partida beneficia quem governa.

Por outro lado trata-se de uma comunidade que pela sua própria natureza, provavelmente andarão por cá mais uma ou duas legislaturas, isto na melhor das hipóteses, pois com os aumentos das rendas, com os cortes nas reformas, começa a faltar dinheiro para os medicamentos, vem um inverno ou verão mais rigoroso, e a estratégia do governo começa a dar os seus frutos, despacham de forma “natural” uma catrefada de velhos e poupam umas massas nas reformas.

 Sim porque essa treta do aumento da esperança média de vida, não é para os tugas, essas modernices é só para quem pode, nós por cá temos que viver com o que temos, que é o mesmo que dizer com o que nos deixam, e se não há dinheiro para pagar reformas até aos 80 anos, se a taxa de desemprego está nos 16%, se aos 50 anos já não nos dão trabalho por sermos velhos, se mesmo assim não se passa nada e continuamos todos impávidos e serenos, então digo-vos o mesmo que Cavaco disse emocionado aos portugueses:” sigamos o exemplo do Grande Eusébio” e façam o favor de morrer.

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