A Porta que os Pariu

29-12-2013 16:39

Estamos a chegar ao fim de mais um ano, os doze meses que agora findam trouxeram a muitos de nós uma perspectiva diferente daquela que tínhamos da vida.

Muitos perderam o trabalho a casa, outros tiveram que emigrar assistindo-se a um êxodo só comparável com o verificado nos anos 60, com a gravidade de que agora os que buscam saídas longe do seu país, são os mais qualificados e bem preparados.

Pudemos assistir à destruição massiva de empresas, ao mesmo tempo que se precarizava o mercado de trabalho, e se diminuía o período e valor do subsídio de desemprego, chegando mesmo ao cúmulo de lançar taxas sobre este último. Reconheço que a nossa economia enfermava de diversos problemas, fruto de políticas erradas ao longo de décadas, o exemplo da construção civil é flagrante, o ritmo desenfreado e desregrado em como se construía em Portugal tinha que ter um fim, a falácia vendida e imposta aos Portugueses de que todos tínhamos que ser proprietários, servia apenas os intuitos do sistema financeiro que apostou neste sector toda a sua estratégia, com as consequências que todos conhecemos.

Aliás é exactamente o sector bancário, aquele que detêm a maior cota de responsabilidade, pelo desregulamento do crédito e do crédito mal parado, foram eles os mentores activos de uma estratégia que visava o consumismo, e o endividamento das famílias, obviamente que os Ulrich´s da nossa praça não estavam sozinhos neste trama, tinham por detrás de si os bancos alemães, que agora são os nossos credores.

Infelizmente o ano que está a terminar, é apenas mais um dos que passaram e dos muitos que ainda estão para vir, em que vamos pagar os desmandos do capitalismo selvagem, em que vamos continuar a financiar uma banca perniciosa e promiscuamente ligada ao poder político, cujo expoente máximo em Portugal foi o BPN e o séquito do PSD do senhor silva.

É também um ano marcado pela demissão do Super Gaspar, e seu reconhecimento assumido pelo próprio punho, de que “isto não está a resultar” e “não vai acabar bem”.

Marcado também pelas portas, as irrevogáveis e aquelas que o Tribunal Constitucional, na perspectiva inarrável do obcecado Passos, deixou abertas ou meio fechadas, aquando da sua leitura do acórdão de inconstitucionalidade de uma lei por si apresentada, (mais uma), aliás a narrativa não só deste ano, mas de toda uma legislatura, fica irrevogavelmente marcada, pela incapacidade da corja que nos desgoverna, em fazê-lo de acordo com a constituição, motivo mais que suficiente para que quem de direito, conclua que a legitimidade obtida com o voto já há muito passou de prazo.

Por fim um dos meus votos para 2014, é que seja um de vós o feliz comtemplado nos sorteios que a santa casa de são Bento de porta aberta, vai efectuar das facturas solicitadas e possam assim usufruir de um dos popós que o tio Passos vai entregar. Já agora gostaria de deixar aqui umas sugestões, mais económicas e provavelmente mais uteis, por exemplo umas cadernetas de senhas de taxas moderadoras de acesso gratuito aos serviços de saúde, ou oferta de uma semana de almoços grátis nos refeitórios escolares, ou porque não um fim-de-semana com tudo pago no palácio de Belém, com direito a visita guiada aos presépios da Maria, (a do cavaco).

Bom ano sejam resilientes e fechem as portas, as correntes de ar são f…………

facebok